Futuro energético da Europa passa pelo Porto de Sines

Infra-estrutura portuária “é fundamental” para a independência da Europa perante a Rússia 

O embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, considera que o Porto de Sines “é fundamental” para a independência da Europa em relação à Rússia. Portugal e, em particular, o Porto de Sines “é fundamental” para a independência energética da Europa em relação à Rússia, considerou o diplomata norte-americano. “É um grande desafio Sines [um porto de águas profundas] poder contribuir para a sustentabilidade energética da Europa”, disse Robert Sherman, durante a realização do seminário “Exportar & Investir: EUA”, que decorreu em Lisboa. O diplomata, a propósito do interesse dos norte-americanos pelo mercado português, lembrou ainda: “Os americanos descobriram Portugal, como Portugal descobriu a América há anos”. 
Americanos interessados no desenvolvimento do Porto de Sines

A sustentabilidade energética do Velho Continente vai depender, e muito, do Porto de Sines, que se apresenta como principal infra-estrutura portuária na fachada ibero-atlântica. O reconhecimento da importância do Porto de Sines não só para o nosso País como também para a Europa foi, de resto, sublinhado pelo embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal, Robert Sherman.
Já o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, Bruno Bobone, afirmou que este é o momento de as empresas portuguesas olharem para o mercado norte-americano. Sobre a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, Bruno Bobone foi peremptório, adiantando que “Portugal é o país [da Europa] que mais beneficiará com a sua aprovação” e que terá “mais vantagens” com esse acordo.
O Porto de Sines apresenta características geo-físicas que têm contribuído para a sua consolidação como activo estratégico nacional, sendo, por um lado, a principal porta de abastecimento energético do país (petróleo e derivados, carvão e gás natural) e, por outro, posiciona-se já como um importante porto de carga geral/contentorizada com elevado potencial de crescimento para ser uma referência ibérica, europeia e mundial.
Reportando-se à  Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, o embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, disse que as pequenas e médias empresas portuguesas, entre outras as dos setores dos têxteis e vestuário e do calçado são as que mais beneficiam com o acordo. “A América descobriu Portugal e Portugal deve aproveitar as oportunidades do mercado norte-americano”, disse o diplomata.

Um porto sempre a cescer
O Porto de Sines voltou a registar um aumento significativo nas mercadorias movimentadas. A infra-estrutura portuária anunciou que fechou 2015 “com mais de 43,9 milhões de toneladas de mercadorias movimentadas”, o que representou “um crescimento de 17 por cento em relação a 2014 e para o qual contribuíram “todos os segmentos de carga”.
No que respeita à carga contentorizada, “foram movimentados 1,33 milhões de TEU, mais 8,5 por cento que no ano passado, mantendo-se a trajectória de crescimento sustentado que este tipo de carga tem apresentado desde a entrada em operação do Terminal XXI”, sublinha o Porto de Sines.
O segmento dos granéis sólidos, onde se destaca o carvão, “foi o que mais cresceu, com uma evolução de 19.5 por cento para os 5,9 milhões de toneladas de mercadorias”. Já no segmento dos granéis líquidos, que inclui ramas, refinados e gás natural, “foram alcançados 21,5 milhões de toneladas movimentadas, representando um crescimento homólogo de 19,1 por cento".
Em 2015 o Porto de Sines recebeu 2.187 navios, mais 9,2 por cento que no ano anterior, enquanto que o GT total aumentou 14 por cento, para mais de 80 milhões de toneladas, “demonstrando que os navios operados em Sines são cada vez de maior porte”.
“Estes resultados estão intimamente relacionados com a dedicação e capacidade de toda a Comunidade Portuária que, diariamente, trabalha para garantir a elevada qualidade do serviço prestado aos clientes do porto”, conclui o Porto de Sines.

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