Governo estuda solução Montijo para o aeroporto

Governo quer aprofundar estudos sobre um aeroporto no Montijo

O aeroporto da Portela atingiu em 2015 os 20 milhões de passageiros, noticia o Jornal de Negócios na edição de ontem. O número, que já era esperado, vem assim dar força à necessidade de dar resposta ao aumento da capacidade em Lisboa. A base aérea do Montijo como aeroporto complementar tem sido a solução em cima da mesa. "Não se coloca em causa. Qualquer governo irá indicar esta solução", afirmou em Novembro do ano passado o presidente socialista da Câmara do Montijo, Nuno Canta. O autarca recordou as declarações públicas de António Costa há uns meses, enquanto secretário-geral do PS, que indicava a solução do Montijo como "óbvia" e a ser "aproveitada". O governo admite estar a estudar a possibilidade de avançar para a solução Montijo como complemento ao aeroporto da Portela. A hipótese foi admitida pelo ministro do Equipamento e Infraestruturas, Pedro Marques.
Pedro Marques estuda novo aeroporto no Montijo 

O ministro das Infraestruturas e Planeamento considera que o contínuo crescimento do número de passageiros transportados em Lisboa colocam uma série de desafios a que o Governo está atento e pretende ajudar a ANA a resolver.
 “Este patamar coloca-nos um conjunto de desafios do ponto de vista da nossa capacidade de manter as infraestruturas competitivas”, afirmou Pedro Marques na apresentação de resultados da ANA, lembrando que o Governo está a “estudar as soluções” com a ANA para que esta competitividade se mantenha “tanto em Lisboa como em Portugal”.
O aeroporto da Portela registou 20 milhões de passageiros em 2015, numa altura em que a capacidade prevista no contrato com a ANA é de apenas 22 milhões. O valor poderá ser atingido ainda este ano e obriga, por isso, a alternativas.
“O aeroporto tem capacidade, aliás os triggers [fatores que desencadeiam uma ação] não estão ainda atingidos. Mas é absolutamente verdade que o crescimento tem sido muito superior às previsões. Nesta fase o que me preocupa é pegar num trabalho que não estava completo e aprofundá-lo. E tem que ser feito. Há componentes operacionais, do ponto de vista da acessibilidade que tem de ser feito”, detalhou o ministro da Infraestrutura e Planeamento, que já foi vereador na Câmara de Montijo, à margem da cerimónia. 
O anterior executivo chegou a preparar um memorando de entendimento relativo ao desenvolvimento do aeroporto no Montijo, mas as autarquias envolvidas (Lisboa e Montijo) acabaram por não assinar o documento antes das eleições.
E de que solução fala agora? “A solução era o Montijo. A minha equipa está a trabalhar nos aspetos não concluídos da solução Montijo. É isso que está a ser feito”. Ou seja, o governo de António Costa vai pegar na solução pensada pelo Ministério da Economia de António Pires de Lima para resgatar a base militar do Montijo como extensão do aeroporto de Lisboa. 
Esta solução é uma de muitas que envolvem o plano da Vinci, dona da ANA, para Lisboa. A ideia da construtora francesa é criar capacidade para que a Portela possa crescer durante mais 30 anos. O Montijo por si só não é suficiente, mas também estão a ser ponderadas outras soluções que envolvem o fecho da pista secundária do aeroporto, encerramento do Terminal II e abertura de um mini-terminal fora da cidade.

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