TST contra serviço dos TCB no concelho da Moita

TST põe em Tribunal as carreiras do TCB na Moita 

A empresa dos Transportes Sul do Tejo não se entende com os Transportes Colectivos do Barreiro em relação à sua expansão de rede ao concelho da Moita, já em Dezembro. Em reunião da Câmara do Barreiro, o vereador responsável pelos Transportes Colectivos do Barreiro, Rui Lopo, referiu que a administração da TST  vai "por em Tribunal a prestação do serviços” dos TCB’s no território da Baixa da Banheira, Vale da Amoreira e Alhos Vedros.
Carreiras do TCB chegam à Moita em Dezembro 

Rui Lopo avançou que foi realizada uma reunião entre os Transportes Colectivos do Barreiro e Transportes Sul do Tejo, com o objectivo de avaliar esta prestação de serviço, sem haver qualquer acordo. O autarca salientou que à luz da leitura que é feita do “novo regime jurídico” e que este novo regime “legitima este serviço”.
Os TST detêm o "exclusivo" das carreiras no concelho da Moita e não concorda com a "invasão" da empresa pública de transportes do Barreiro nesse concelho e tem "outra visão" do novo regime jurídico, aprovado no Verão deste ano.
Barreiro e Moita realizaram um estudo para viabilizar a extensão das carreiras do TCB a algumas freguesias do concelho da Moita [uma reivindicação antiga das populações dos dois territórios] e, em Outubro, assinaram um protocolo de Entendimento para a Criação de Serviço de Transportes Coletivo Complementar no Concelho da Moita. As novas carreiras deverão começar em Dezembro.
De acordo com o Protocolo, "a criação de um serviço de transportes coletivos complementar e integrado permite estabelecer dinâmicas de mobilidade articuladas, com ganhos no desenvolvimento destes territórios, ao nível económico, social e ambiental, assegurando também um desenvolvimento sustentável das redes de transporte, com caráter complementar à atual rede existente e não em regime de concorrência".
Esta não é a  primeira vez que a TST e a TCB se desentendem. Já há alguns anos, os Transportes Colectivos do Barreiro ficaram com o circuito urbano de Pinhal Novo, no Concelho de Palmela. Os Transportes Sul do Tejo recorreram da decisão e "anularam" o acordo entre as Câmaras de Palmela e do Barreiro para aquele serviço.

 “Era um sonho com muitos anos”
Esta medida, recorde-se, resulta um protocolo de entendimento entre as duas autarquias, assinado o mês passado. Nessa altura, o presidente da Câmara do Barreiro dizia que “era um sonho com muitos anos”. Segundo Carlos Humberto, o acordo entre os dois municípios ainda não tinha sido realizado “por razões legais".
Rui Garcia, presidente da Câmara da Moita, diz que a extensão dos autocarros do Barreiro à Moita “é um contributo significativo para a melhoria da mobilidade” dos munícipes, uma vez que o concelho da Moita apresenta problemas de mobilidade com os serviços da Transportes Sul do Tejo. É um momento importante para nós, autarcas, mas também para a nossa população”, afirma, destacando a “grande qualidade, de excelência”, do serviço dos TCB.
O presidente da Câmara da Moita explicou que o novo serviço será "muito importante" para as populações da Baixa da Banheira, Alhos Vedros e Vale da Amoreira, tendo em conta a nova alternativa de mobilidade que vão ter ao seu dispor.
Carlos Humberto referiu ainda que “todas as regalias sociais que a população do Barreiro usufrui, como o Passe da Terceira Idade, o Passe + 80 e o Passe de Estudante” vão alargar-se à população das freguesias da Baixa da Banheira, Vale da Amoreira e Alhos Vedros, concelho da Moita.
De acordo com informações da autarquia da Moita, o protocolo entre os dois municípios estabeleceu que a Câmara do Barreiro tem o dever de cumprir os percursos e horários das carreiras, o suporte dos custos de operação e a manutenção da informação referente à oferta do transporte público. Para a autarquia da Moita, estabeleceu-se a obrigação de colocar locais de paragens de autocarro com identificação dos TCB e “preferencialmente com abrigos”, bem como organizar o trânsito de forma a uma melhor acessibilidade dos autocarros. A Câmara da Moita tem ainda de comparticipar os títulos “bonificados” dos utentes do concelho da Moita, segundo a mesma fonte.
O serviço complementar será prestado numa base tarifária de referência, mantendo os TCB o valor comercial dos títulos próprios, a sua validade temporal e espacial. O financiamento resultará de receitas próprias dos TCB – cuja rede permite acesso a inúmeros serviços, escolas e comércio, interligando-se com o sistema intermodal de transportes da Área Metropolitana de Lisboa – e da receita gerada pela procura face ao alargamento das duas linhas.



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