Vento fez voar parte do telhado de escola do Barreiro

Governo garante obras na Secundária Alfredo da Silva onde o telhado já caiu três vezes

Parte dos telhados da Escola Alfredo da Silva, no Barreiro, frequentada por cerca de 700 alunos, voltou a "voar" este sábado de manhã, três dias depois de o estabelecimento ter sido reaberto depois de trabalhos devido a problema semelhante. Esta é a terceira vez que tal acontece desde as obras realizadas no ano passado. “Voaram chapas enormes de telhado, que vieram parar cá abaixo. Uma das passagens que liga dois blocos voou, assim como o telhado da papelaria. Se tivesse acontecido numa sexta-feira ou num qualquer outro dia de semana seria uma tragédia”, alertou Sandra Ferreira, da associação de pais, em declarações à Lusa. O Ministério da Educação assegurou que vão ser feitas obras nos telhados da escola do Barreiro já a partir desta segunda-feira. 
Telhado da Alfredo da Silva voltou a voar este sábado
A escola, que tem alunos desde o 5.º ao 12.º ano, foi alvo de uma intervenção no ano passado para retirar as placas de fibrocimento mas, logo em Janeiro, algumas telhas caíram.
Já no início deste mês, a situação voltou a repetir-se: “Algumas chapas enormes do telhado de um dos edifícios” voaram levando ao encerramento temporário do estabelecimento de ensino, contou Sandra Ferreira.
Pais e encarregados de educação defenderam que a escola só deveria voltar a abrir quando fossem dadas garantias de que a obra não representava qualquer perigo para os alunos.
No entanto, a direção escolar decidiu reabri-la na semana passada e no sábado o telhado voltou a voar, obrigando à presença da polícia, bombeiros e proteção civil.
“Temos o registo da queda de um terço da cobertura da escola”, confirmou à Lusa o comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil, José Leite.
Em declarações à Lusa, a diretora da escola, Ana Paula Costa, explicou que "voou uma parte da cobertura de uma zona que não tinha sido intervencionada na passada semana. Algumas placas caíram e outras ficaram soltas na cobertura".
"Nós tínhamos a garantia da Direção Regional dos Estabelecimentos de Ensino de que iriam arrancar na segunda-feira as obras na zona que não tinha sido ainda intervencionada e não era expectável que isto acontecesse. A escola reabriu mas a zona onde hoje aconteceu a queda estava vedada e sem acesso dos alunos", afirmou.
Segundo a diretora, as obras deverão começar esta segunda-feira e a escola só reabrirá quando estiverem asseguradas todas as condições de segurança, desconhecendo-se por isso quando poderão regressar às aulas os 700 alunos desta escola. Relembre-se que, pelos mesmos motivos, os alunos já estiveram sem aulas dez dias. Tinham voltado à escola na passada quinta-feira.

Alunos querem segurança 
A associação de pais lançou este fim de semana uma petição online contra a reabertura da escola.
“No primeiro dia de mau tempo, os telhados voltam a cair. Estão a brincar com uma situação, que é muito grave. Em primeiro lugar tem de estar a segurança dos miúdos” disse à Lusa António Costa, pai de uma aluna do 7.º ano.
Para este encarregado de educação é preciso saber quem foi o técnico que atestou que a obra realizada no ano passado estava em condições e a escola poderia abrir.
Para o presidente da associação de estudantes da escola, Paulo Palma, o que aconteceu hoje vem demonstrar que a escola precisa de uma intervenção de fundo: "Na quinta-feira a escola reabriu depois de uma intervenção no telhado que tinha voado. Sábado de manhã voou a outra parte do telhado que não foi intervencionada. O que aconteceu prova que a escola necessita de um intervenção de fundo, não basta reforçar o telhado com mais alguns parafusos", disse à Lusa.
O Ministério da Educação assegurou este sábado que vão ser feitas obras nos telhados da escola. Questionado pela Lusa sobre a situação dos telhados, que colocam em risco a segurança dos cerca de 700 alunos, o Ministério da Educação e Ciência disse que “está a acompanhar a situação. Já esteve uma empresa no local a fixar as placas que estavam danificadas e voltará a ser feita nova intervenção”.
Lembre-se que a escola foi evacuada e encerrada na tarde do dia 5 deste mês, devido à queda de dezenas de telhas de grande dimensão de um dos edifícios, enquanto outras ficaram soltas, no telhado, em consequência do mau tempo.
Há cerca de um ano foram efetuadas obras de substituição das telhas de fibrocimento que existiam pelas telhas que agora se soltaram e caíram no interior do estabelecimento.
A reabertura, na quinta-feira passada, foi "realizada com algumas limitações, nomeadamente o facto de o espaço exterior se encontrar vedado", disse em comunicado a escola Secundária Alfredo da Silva.


Comentários