SeixalJazz começou com muito público e entusiasmo

O melhor jazz do mundo toca-se no Seixal 

A 16.ª edição do SeixalJazz começou este fim de semana com os concertos de Paulus Schäfer Trio e de Carlos Bica & Azul que lotaram o auditório municipal, confirmando este festival como uma referência entre os eventos do género em Portugal. A música começou a ouvir-se na sexta-feira, dia 16 de outubro, com a atuação do trio de jazz manouche, ou jazz cigano, do holandês Paulus Schäfer, um dos grandes intérpretes do estilo. Tons inéditos para o SeixalJazz, que nunca havia recebido um concerto desta variante do jazz, criada na década de 1930 pelo incontornável Django Reinhardt. A segunda semana do festival começa esta quinta-feira, 22 de Outubro, com o quarteto do saxofonista Jerome Sabbagh. Nascido em França, mas radicado em Nova Iorque, Sabbagh tem entusiasmado o público e a crítica com os seus registos discográficos originais e ecléticos.
Primeira semana de espetáculos com casa cheia 

A escolha agradou ao público presente que aplaudiu efusivamente os temas que o exímio guitarrista foi introduzindo ao longo da noite. Acompanhado pela viola baixo de Noah Schäfer e pela guitarra ritmo de Romino Grünholz, Paulus Schäfer conquistou a plateia e abriu o SeixalJazz 2015 da melhor forma.
O regresso ao SeixalJazz do contrabaixista Carlos Bica marcou a noite de sábado. Como em 2011, o músico português apresentou-se acompanhado pela sua formação mais bem sucedida: o trio Azul, com Frank Möbus, na guitarra, e Jim Black, na bateria.
Donos de uma musicalidade única, os três músicos demonstraram em palco um entendimento irrepreensível na interpretação de temas novos e de outros já conhecidos, que fazem do trio Azul um dos projetos mais notáveis do jazz europeu. A química que hoje se ouve e se vê em cima do palco surgiu logo no primeiro concerto, há mais de 20 anos, e o público do SeixalJazz pôde voltar a testemunhá-la.

Festival com identidade
O SeixalJazz surgiu em 1996 e, desde logo, assumiu um papel de grande protagonismo no panorama do jazz nacional. "Ao longo dos anos, conquistou o seu espaço e por mérito próprio construiu uma identidade marcante que o coloca entre os eventos incontornáveis para os amantes da música jazz", diz a autarquia do Seixal, organizadora do evento.
Hoje, ainda estão presentes esses traços identitários, dos quais são exemplo os concertos com dois sets, ao bom estilo dos clubes de jazz, que permitem momentos de partilha e convívio durante o intervalo.
No final do espetáculo, o SeixalJazz promove o convívio entre os músicos e o público, que pode trocar impressões com os grandes protagonistas da noite ou simplesmente levar um autógrafo para casa. Assim voltou a acontecer no arranque deste 16.º SeixalJazz e foram muitas as pessoas que deixaram o Fórum Cultural do Seixal com recordações inesquecíveis.

Segunda parte do festival arranca amanhã
A segunda semana do festival começa esta quinta-feira, 22 de Outubro, com o quarteto do saxofonista Jerome Sabbagh. Nascido em França, mas radicado em Nova Iorque, Sabbagh tem entusiasmado o público e a crítica com os seus registos discográficos originais e ecléticos. Suportado pela energia incomparável de Ben Monder, Joe Martin e Mark Ferber, o saxofone inebriante de Jerome Sabbagh promete um concerto surpreendente.
No dia seguinte, volta o jazz nacional e um dos seus melhores intérpretes e criadores: o saxofonista Rodrigo Amado traz-nos o seu Motion Trio, com Gabriel Ferrandini, Miguel Mira e um convidado especial no piano, Rodrigo Pinheiro. Assim, o SeixalJazz prepara-se para acolher um concerto com músicos verdadeiramente inventivos, que seguem convictamente o caminho da livre improvisação.
No último dia, o SeixalJazz 2015 apresenta outro saxofonista ilustre, o norte-americano Gary Bartz. Dono de uma extensa e prolífica carreira, marcada por colaborações com músicos tão brilhantes como Miles Davis, Art Blakey ou Max Roach, Gary Bartz dispensa grandes apresentações. Desde muito cedo apontado como um dos saxofonistas soprano mais entusiasmantes desde Cannonball Adderley, experimentou variados estilos, mergulhou no jazz eléctrico, passou pelo free-jazz, pelo funk-jazz, pelo pós-bop e no caminho venceu um Grammy. No SeixalJazz apresenta-se no seu quarteto com Barney McAll, James King e Greg Bandy.
Paralelamente, um concerto comentado do quinteto do trompetista Gonçalo Marques, no dia 21 de Outubro, quarta-feira, marca o início do projeto pedagógico A Escola Vai ao SeixalJazz. A atividade é dirigida a alunos e professores das escolas básicas do concelho do Seixal~que vão fazer parte do novo projeto designado por “A escola vai ao SeixalJazz” e que irá contar também com a colaboração do quinteto do trompetista Gonçalo Marques num concerto comentado.


Comentários