Palmela e Lisboa são quem mais acolhem refugiados

Palmela vai receber 56 refugiados através da Fundação Islâmica 

O grupo de refugiados que tem Portugal como destino ainda não chegou, mas a Plataforma de Apoio aos Refugiados, constituída há cerca de mês e meio, já tem 85 casas prontas até 420 refugiados. Este trabalho já vai “além da boa vontade. Está a ser desenvolvido um trabalho sério, consistente e profissional”, disse Rui Marques, ontem eleito coordenador da organização. As instituições que vão acolher refugiados são institutos religiosos (26 por cento), associações e fundações (25 por cento) e instituições particulares de solidariedade social (19 por cento) e poderão inscrever-se para receber formação. Lisboa e Palmela acolhem 40 por cento destes 420 refugiados. Só a Fundação Islâmica de Palmela vai receber 56 pessoas. "É possível que recebamos pessoas de religião muçulmana, mas isso não é uma condicionante, estamos aqui numa perspetiva humanitária e, sejam muçulmanos ou não, serão acolhidos", disse Altaf Siddik, representante da fundação.

Primeiros refugiados chegam a Portugal ainda este mês 

"Portugal está pronto para receber com a dignidade e exigências necessárias o grande fluxo de migrantes", refere Rui Marques, presidente do Instituto Padre António Vieira e impulsionador da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), que admite a vinda do primeiro grupo de 30 refugiados já no fim deste mês de Outubro. Cerca de cem instituições que fazem parte da plataforma conseguiram angariar as habitações, algumas doadas por particulares, outras pelos próprios organismos.
"Cada instituição anfitriã deve ser capaz de garantir ao refugiado o acesso à educação, ao mercado de trabalho, à saúde ou à aprendizagem do português", afirma Rui Marques.
Há 68 instituições pelo País prontas para acolher 420 refugiados no âmbito da Plataforma de Apoio aos Refugiados. Foram assinados esta semana os protocolos com estas instituições anfitriãs, na primeira assembleia geral desta plataforma, que reúne já 248 organizações da sociedade civil.  
Lisboa e Palmela acolhem 40 por cento destes 420 refugiados. Só a Fundação Islâmica de Palmela vai receber 56 pessoas. "É possível que recebamos pessoas de religião muçulmana, mas isso não é uma condicionante, estamos aqui numa perspetiva humanitária e, sejam muçulmanos ou não, serão acolhidos", disse Altaf Siddik, representante da fundação. 
A Plataforma realizou esta quarta-feira à tarde em Lisboa a sua primeira Assembleia Geral, onde fez o balanço do seu trabalho até ao momento e lança uma campanha de sensibilização da opinião pública. A campanha tem como primeira iniciativa o lançamento duma brochura centrada na necessidade de desfazer os mitos sobre a vinda de refugiados para território nacional. Esta será incluída em diversos jornais e revistas.

Refugiados quase a chegar 
Portugal deverá receber os primeiros refugiados, provenientes de Itália, na próxima semana, na sequência do compromisso assumido pelos 28 estados-membros a 23 de Setembro, segundo a Comissão Europeia. 
Fontes do executivo comunitário divulgaram esta quarta-feira que os próximos voos de recolocação deverão decorrer na próxima semana, envolvendo um total de 100 pessoas, e que os destinos serão Portugal, Espanha, Finlândia, Alemanha e França.
As mesmas fontes lembraram a obrigação legal, decorrente da última cimeira de chefes de Estado e de Governo, de que todos os países terão de receber refugiados, mas acrescentaram que cinco estados-membros mostraram já interesse e afirmaram-se prontos para o processo.
Os números finais para cada país só devem ser conhecidos na sexta ou na segunda-feira, por estarem a decorrer análises entre as autoridades italianas e os oficiais de ligação de cada país.
Uma fonte ligada ao processo explicou que estão a ser feitas perguntas aos refugiados, como as línguas faladas ou a eventual existência de membros da família em Estados-membros para, dentro do possível, se fazer um encontro de vontades.
Acerca dos números de refugiados, a mesma fonte sublinhou que se devem levar em conta eventuais atrasos burocráticos, como aconteceu no primeiro voo de recolocação, que fez diminuir de 20 para 19 o número de pessoas a voar de Itália para a Suécia.
Outra fonte comunitária notou que na cimeira de quinta e sexta-feira, a Comissão Europeia irá instar os países a concretizarem calendários para receberem os refugiados.
Da Grécia deverá sair “esta semana, ou na próxima semana”, um voo de recolocação para o Luxemburgo.
Portugal deverá receber nos próximos anos cerca de cinco mil refugiados. A PAR lançou ainda a revista ‘Refugiados’ para desfazer ideias feitas sobre o tema.

Comentários