Moita quer investimentos com aeroporto no Montijo

"Escolha deve ser a que melhor sirva os interesses do país" 

O presidente da Câmara da Moita, Rui Garcia, afirmou que a solução para a construção de um aeroporto complementar à Portela, no Montijo, deve ser a que melhor sirva os interesses do país, referindo que caso a escolha passe pela Base Área do Montijo são necessários investimentos na região, nomeadamente nos territórios de  Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro e eventualmente em Palmela. O autarca comunista deixou ainda críticas à maneira como o processo do novo aeroporto tem evoluído nos últimos anos. Rui Garcia disse ainda ser "favorável" a uma ligação, por ponte, entre a cidade do Montijo e a vila da Moita mas defende que são necessários "estudos que demonstrem a necessidade da infraestrutura e quais os impactes causados". Em entrevista à PopularFM e ao ADN, em Junho, o autarca do Montijo já defendia a vinda da infraestrutura para a Base Área nº 6 mas, ao mesmo tempo, exigia que a cidade e a região teriam de ser compensadas por diversos investimentos. 
Moita exige investimentos caso Montijo receba aeroporto

 “Esperamos que a solução tomada seja ao serviço dos interesses do país e não do interesse da ANA. Se a solução passar pela base aérea, é necessário que sejam feitos investimentos na região, nos municípios de Alcochete, Montijo, Barreiro e Moita, para criar condições para que a instalação se faça sem prejuízo para a população que aqui reside”, afirmou o autarca da Moita.
Rui Garcia deixou críticas à maneira como o processo do novo aeroporto tem evoluído nos últimos anos.
“Nós, Portugal, não podemos continuar num permanente ziguezague em relação a uma questão tão importante como o novo aeroporto. É uma estrutura fundamental para ligação do país ao estrangeiro e não pode estar sujeita ao circunstancialismo de um governo que diz que é na Ota, outro diz que é no Rio Frio, outro em Alcochete e outro que diz que não é em lado nenhum. Isto não é forma de trata este assunto”, frisou o autarca comunista.
Em relação a uma possível ligação entre os concelhos do Barreiro e do Montijo, o autarca defendeu que são necessários estudos que demonstrem a necessidade da infraestrutura e quais os impactes causados.
“O Plano Rodoviário Nacional prevê a ponte entre Barreiro e Seixal e o prolongamento da estrada regional 10, a ligar ao nó do IC33 na Moita. Está estudada e deve ser feita. Se os estudos de impacte ambiental demonstrarem que é necessário e possível uma ligação por ponte entre Barreiro e Montijo, não temos nenhuma objecção de princípio, mas são necessários estudos”, disse o chefe do executivo municipal da Moita.

Montijo também exige investimentos 
Em entrevista à PopularFM e ao ADN, em Junho, o autarca do Montijo defende a vinda da infraestrutura para a Base Área nº 6 mas, ao mesmo tempo, a cidade e a região têm de ser compensadas por diversos investimentos. Além da conclusão da circular externa da cidade, com uma “ligação franca ao aeroporto à Ponte Vasco da Gama”, Nuno Canta ainda quer uma nova avenida com ciclovia ao cais fluvial do Seixalinho, para “utilização dos catamarãs da Transtejo como elemento de transporte público da nova infraestrutura aeroportuária até Lisboa”.
Num “caderno de encargos” entregue à ANA, para viabilizar a adaptação da base, consta ainda o abastecimento de água e tratamento de esgotos pelos serviços municipais.
O presidente da autarquia admitiu que os impactos na região seriam maiores com a construção de um novo aeroporto em Canha, no Campo de Tiro de Alcochete, com grande parte do território no município do Montijo, confiando numa “gestão eficaz dos danos colaterais no ambiente”.
“Neste momento estamos a falar de uma coisa mais reduzida, mas com impacto, na cidade do Montijo e nesta parte do arco ribeirinho sul, muito superior”, do ponto de vista económico, sublinha Nuno Canta, apontando benefícios no turismo também para os municípios da Moita, Palmela, Barreiro e Alcochete.
O autarca socialista espera que apareçam projetos para “alguns hotéis”, fazendo ‘regressar’ ao século XVIII, quando o Montijo (então Aldeia Galega) era sede do serviço postal da Mala Posta, e também para o desenvolvimento da logística e da indústria na região.

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