Judiciária detém dois suspeitos de incêndios em Grândola

Pai e filho suspeitos de destruir 200 mil euros com o fogo

A Polícia Judiciária de Setúbal anunciou que deteve, em Setúbal, dois homens por suspeita da autoria de dezenas de incêndios, desde Julho, em Grândola, e que foram "indiciados fortemente" por quatro deles, que destruíram terrenos florestais e agrícolas. Segundo a PJ, os homens, de 18 e 55 anos, foram identificados e detidos com a colaboração da GNR de Grândola, "por sobre eles recaírem fortes indícios da prática do crime de incêndio florestal agravado". Os suspeitos foram sujeitos a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Setúbal, que decretou a medida de coação de prisão domiciliária para o homem de 55 anos. O suspeito de 18 anos ficou sujeito a apresentações semanais no posto policial mais próximo e proibido de efetuar contactos e de circular ou permanecer em propriedade alheia.
Pai e filho foram detidos em Grândola pela PJ de Setúbal 


As motivações são, para já, um mistério para as autoridades. E as razões apresentadas – desavenças com vizinhos – não convencem as autoridades devido à dimensão do caso. Pai e filho, de 55 e 18 anos, são suspeitos de 30 a 40 incêndios em mato, floresta e terrenos agrícolas de Ameiras do Incenso, em Grândola, este verão.
Foram detidos pela PJ de Setúbal por quatro dos fogos, que destruíram os terrenos e ainda alfaias, sistemas de rega, fardos. de feno e um palheiro. No total, provocaram mais de 200 mil euros em danos. Segundo escreve o jornal Correio da Manhã, que ouviu uma fonte próxima ao inquérito, os focos de incêndio começaram no início de Julho. Circunscreviam-se à localidade de Ameiras do Incenso, próximo da casa de pai e filho.
No final do verão, estes passaram a ser apontados pela população como os autores dos incêndios. A PJ pegou no caso e a GNR de Grândola colaborou. O pai, desempregado, e o filho, estudante, não têm antecedentes pelo crime de incêndio. A investigação apurou que o modo de atuar nem sempre foi o mesmo. Umas vezes atacavam em conjunto e noutras só um deles. Alguns focos provocaram incêndios pequenos, "aparentemente para chatear ou vandalismo".
Já outros fogos foram de "dimensão considerável". Um dos lesados disse à Polícia Judiciária ter sofrido prejuízos avaliados em 35 mil euros. As autoridades estimam que o valor total dos danos provocados ascenda a 200 mil euros. "Falou-se em desavenças com os vizinhos como motivação para os fogos. Mas tantos incêndios em três meses devem ter algo mais por trás. É isso que ainda estamos a apurar", explicou a mesma fonte.
A Polícia Judiciária refere que já identificou e deteve este ano 52 pessoas pela autoria do crime de incêndio florestal. Em 2014, a PJ deteve 46 pessoas suspeitas de fogo posto.

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