Governo não está preocupado com Aeroporto no Montijo

Pires de Lima desvaloriza data da assinatura do memorando do aeroporto no Montijo

O ministro da Economia desvalorizou a data para a assinatura do memorando sobre o aeroporto complementar do Montijo e até considerou que “se calhar é mais oportuno politicamente” que seja assinado depois das eleições de domingo. Lembre-se o presidente da Câmara do Montijo disse esta semana, que as dúvidas da autarquia "bloqueiam memorando sobre aeroporto antes das eleições”, salientando que o Governo enviou documento a 18 de Setembro para a autarquia responder a 23 de Setembro e que o autarca do PS disse que “não podia assinar de cruz”, sublinhou Nuno Canta. O autarca explicou que o memorando não definia os compromissos que cada entidade deve assumir, referindo que é necessário definir que infraestruturas vão ser construídas para o Montijo acolher o aeroporto. Ainda assim, quer autarquia quer o Governo, indicam que a obra vai mesmo avançar na Base Área nº 6.  
Ministro desvaloriza falta de entendimento com a Câmara do Montijo

Questionado ontem sobre se o memorando já não vai ser assinado nesta legislatura, António Pires de Lima explicou que o Governo enviou o documento para as autarquias – de Lisboa e Montijo -, porque “elas são partes integrantes deste memorando, para análise e resposta”.
“Para mim não é uma preocupação que este memorando seja assinado antes do dia 4 de Outubro”, afirmou, salientando que registava “nesta matéria um grande trabalho de equipa com a ANA [gestora dos aeroportos], a Força Aérea, Câmara de Lisboa e Câmara do Montijo”.
Pires de Lima falava em Lisboa, na conferência de imprensa após a última reunião do Conselho da Indústria nesta legislatura.
“Estamos alinhados à vantagem desta solução que vai permitir que nos próximos 50 anos não seja necessário construir um novo grande aeroporto na zona de Lisboa, vamos aumentar a capacidade da Portela em 50 por cento, disponibilizando a base do Montijo como complemento”, disse, acrescentando que tal também vai permitir que as taxas aeroportuárias fiquem a “um nível igual ou inferior ao atual” e não semelhantes ao de cidades como Madrid, Roma ou Paris.
Sobre por que razão não há assinatura do memorando, se até há alinhamento das entidades, Pires de Lima afirmou: “As câmaras necessitam do seu tempo para verem o memorando e, se calhar, é mais oportuno politicamente que este memorando seja assinado depois do dia 4 de Outubro”.

Falta clarificar questões importantes 
Já o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, afirmou à Lusa que recebeu um memorando de entendimento sobre o novo aeroporto complementar na base aérea n.º6, mas recusou assinar porque considera que falta clarificar questões.
“Recebi o memorando no dia 18 de Setembro, para responder até dia 23 de Setembro, enviado pelo chefe de gabinete do secretário de estado dos Transportes e enviei um ofício dentro da data a explicar que estava de acordo na generalidade, porque defendemos o aeroporto no Montijo, mas que faltava clarificar questões”, disse à Lusa.
Segundo o autarca, o texto do memorando é “muito genérico”, diz “apenas” que “a ANA compromete-se a assegurar a adequada conectividade do terminal civil do Montijo”. O que Nuno Canta interpreta como uma referência “somente às ligações nacionais, à Ponte Vasco da Gama, que nós também queremos, mas falta dizer que é preciso também construir avenidas no Montijo, designadamente a circular externa”.O autarca socialista explicou que o memorando não definia os compromissos que cada entidade deve assumir, referindo que é necessário definir que infraestruturas vão ser construídas para o Montijo acolher o aeroporto.
Nuno Canta salientou que acredita que a infraestrutura vai mesmo avançar no Montijo, independentemente do resultado das eleições legislativas.

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