Morreu o golfinho mais velho do Sado

Asa foi encontrado morto no Sado esta segunda-feira

Morreu ontem o golfinho ‘Asa’, referenciado como sendo o mais velho da reserva do rio Sado. O anúncio foi feito pela empresa de ecoturismo Vertigem Azul, que organiza, entre outros, passeios turísticos de observação de golfinhos e aves. Identificado pela primeira vez em 1984, ‘Asa’ era um golfinho roaz macho e foi notícia no dia 7 de Abril de 1999, quando ficou preso num dos braços do rio e foi içado, numa operação inédita, por um helicóptero da Força Aérea. Sobre o salvamento do ‘Asa’, a bióloga Raquel Gaspar disse à SIC ter sido ‘sem dúvida um dos maiores desafios’ da sua vida. “Nos últimos dias andava isolado do resto do grupo”, pode ler-se na página de Facebook da Vertigem Azul: “Um elemento a menos no grupo significa muito para esta população, mas, tal como nós, eles não são eternos”. Este grupo de golfinhos roazes é o único do género no país e um dos poucos no mundo.
Golfinho teria cerca de 50 anos e terá morrido de velhice 

Um dos mais velhos golfinhos do estuário do Sado foi encontrado morto esta segunda-feira de manhã. Nos últimos dias o comportamento do Asa, assim se chamava, tinha causado apreensão a técnicos e operadores turísticos, que acompanham a atividade da comunidade de roazes-corvineiros. Segundo explicou Pedro Narra, da empresa Vertigem Azul, o Asa andava "muito isolado" do grupo nos últimos dias. Foi avistado várias vezes, a última delas terá sido no sábado. Foi recolhido pelo pessoal da Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) e só a necropsia, que será agora realizada, poderá determinar a causa da morte. Ao tudo indica que a morte se deva à velhice. O Asa, teria cerca 50 anos de idade. 
Na manhã de 31 de Julho, o Asa não tinha aparecido. Já nesse dia, os técnicos da RNES, [acompanhados por uma equipa de reportagem do Diário de Notícias que estavam a fazer um trabalho sobre os golfinhos do Sado], manifestaram a sua estranheza. Era a primeira vez, confessava então Ana Cristina Falcão, técnica da reserva: "Estou a estranhar, é a primeira vez que não o vejo numa saída", dizia. Também Carlos Silva, o marujo conhecido por Lobo do Mar, estava preocupado. Salvou-o uma vez, a 7 de Abril de 1999, quando ficou preso da lama e foi salvo pela Força Área.
Observado pela primeira vez em 1984, Asa era como que um patriarca da comunidade. Teria uns 50 anos. Na reportagem do Diário de Notícias, publicada no dia 18 de Agosto, antecipava-se que, nas saídas seguintes, os olhos de uns e outros iriam fixar-se nas barbatanas dos roazes-corvineiros do Sado, à procura daqueles cortes característicos do Asa.
Esta segunda-feira, como sinalizou a Vertigem Azul, na sua página de facebook, "é um dia triste para o Sado e para todos nós. O Asa partiu." A comunidade única em Portugal e rara na Europa de roazes-corvineiros terá agora 27 membros, eventualmente 28 se entretanto se fixar um dos golfinhos que foi avistado pela primeira vez em Março com o grupo. E pelo Sado continua. 

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