Jovem condenado por matar a avó no Seixal

Neto mata avó com pontapés e murros

Um jovem de 21 anos foi condenado, em Almada, a 16 anos de prisão, por ter matado a avó num contexto de violência familiar, informou na passada sexta-feira a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa. Segundo a página da internet da Procuradoria-Geral, o arguido foi criado pela vítima, sua avó, com quem sempre viveu. "A motivação [do crime] assentou na circunstância daquele [arguido] exigir entrega de dinheiro [à avó] e não ser, em regra, atendido, tendo iniciado agressões em escalada, que culminaram no ato letal (pontapés e murros)", lê-se na acusação. Igor, na altura com 19 anos, matou à pancada a avó, que o criou, porque ela recusou dar-lhe dinheiro. A mulher, de 78 anos, já estava endividada e não tinha como satisfazer o pedido. 
Crime ocorreu na casa habitada pela avó e pelo neto em Janeiro de 2014

“A motivação [do crime] assentou na circunstância daquele [arguido] exigir entrega de dinheiro [à avó] e não ser, em regra, atendido, tendo iniciado (…) agressões em escalada, que culminaram no ato letal (pontapés e murros)”, explica a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa. 
A vítima, de 78 anos, apresentou várias queixas às autoridades, as quais acabaram sempre por ser retiradas pela própria idosa, com a justificação de que as lesões eram provocadas por “quedas aleatórias, e assim ilibar o neto”.
O arguido, que cometeu o crime no início do ano passado, em Corroios, no concelho do Seixal, foi julgado e condenado pelo Tribunal de Almada por um crime de homicídio qualificado. O crime ocorreu  na casa que era habitada por ambos.
De acordo com relatos da altura, os problemas financeiros de Emília Ferrinho eram conhecidos de há muito e começaram com a morte do marido, em 2011. Os vizinhos contam que vivia de uma reforma de 400 euros, mas tinha ainda que sustentar o neto, de 20 anos na altura, que lhe exigia tudo e não estudava, nem tinha trabalho certo. Era frequente a idosa, limitada pela doença, pedir a Leonardo, um vizinho, que lhe fosse buscar comida a uma churrasqueira. "Era para o neto, porque ela sabe-se lá o que comia". Outro vizinho dá uma pista: "Conhecia-a há uns 30 anos e ela vinha aqui à minha porta pedir-me uma lata de conserva e pão. Era para ela comer, coitada".
Segundo fontes da PSP, esta não foi a primeira vez que Igor bateu na avó, Emília Ferrinho, e até já havia várias queixas naquela força de segurança. As agressões eram do conhecimento de todos os vizinhos e um deles, Leonardo Marques, testemunhou a última discussão e chegou a ouvir o neto a dizer que ia matar a avó, por causa do dinheiro que ela já não tinha para lhe dar.

Agência de Notícias

Comentários