Fileira do Pinheiro Manso reuniu em Alcácer do Sal

Pinha e pinhão são prioridades na economia de Alcácer do Sal 

Investigadores, produtores florestais e industriais da fileira do Pinheiro Manso, da pinha e do pinhão de Portugal e de Espanha reuniram, na passada sexta-feira, no Auditório Municipal de Alcácer do Sal, no Seminário com o título "Avanços no conhecimento na fileira do pinheiro manso", organizado pela União da Floresta Mediterrânica com o apoio da Câmara de Alcácer do Sal. O presidente da autarquia do Litoral Alentejano, Vítor Proença, anfitrião do seminário, reforçou que “o município reputa de grande importância tudo o que está relacionado com a fileira do Pinhão, estabelecendo como uma das grandes prioridades a economia e a criação de marca”. Por agora os produtores e especialistas estão preocupados com a quebra  de produção que acontece desde 2011, tudo por causa de um inseto sugador que se alimenta de pinhas e flores de diversas espécies hospedeiras.
Alcácer do Sal organizou seminário sobre o pinhão e a pinha 

O encontro, que representou a primeira iniciativa no âmbito da recente constituição do Centro de Competências do Pinheiro Manso e do Pinhão, cuja sede será na Mata Nacional de Valverde em Alcácer do Sal, foi seguido pela primeira reunião do Conselho Geral do Centro na Sala de Sessões da Câmara Municipal.
O Leptoglossus occidentalis, inseto sugador que se alimenta de pinhas e flores de diversas espécies hospedeiras, nomeadamente das pertencentes aos géneros Pinus, Picea, Abies, Cedrus e Pseudotsuga, é uma das principais preocupações do setor. Em Portugal, a sua presença foi detetada em Outubro de 2010. No seminário foram apresentados vários estudos que estão a ser desenvolvidos para colmatar a praga, assim como alguns avanços nas investigações, que “não são muitos”, disse Pedro Silveira, da direção da União da Floresta Mediterrânica (UNAC), manifestando-se, no entanto, seguro de que a investigação e a colaboração entre toda a fileira é o caminho para a resolução dos problemas do setor.
A produção de pinha tem registado, desde 2011, uma redução significativa. Depois da campanha de 2010, considerado um ano de superprodução de pinha, esta baixou significativamente e, apesar de em algumas regiões como o litoral alentejano já se registar melhorias, em muitos casos a redução pode situar-se nos 90 por cento, acrescentou o diretor da União da Floresta Mediterrânica, Pedro Silveira.
O investigador espanhol, Rafael Calama, do Centro de Investigação Florestal com sede em Madrid, confirmou que as amostras de pinha recolhidas em Portugal e enviadas para análise demonstram que "o rendimento do pinhão é comparável a anos considerados normais", tal como 2010; no entanto, para já adiantou que “se pode falar em boas notícias”.

Alcácer quer  criação de marca
O presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença, anfitrião do seminário, reforçou que “o município reputa de grande importância tudo o que está relacionado com a fileira do Pinhão, estabelecendo como uma das grandes prioridades a economia e a criação de marca”.
O pinheiro manso é uma das espécies florestais mais interessantes na economia das explorações agroflorestais mediterrânicas. Por essa razão, têm sido realizados elevados investimentos por parte dos produtores florestais, que se traduziram num aumento significativo das áreas de pinheiro-manso (46 por cento em área total entre 1995 e 2010), que totalizam atualmente 175 mil hectares. A UNAC identificou o pinheiro manso como uma das suas áreas de trabalho prioritárias, com vista a um aumento na profissionalização desta cultura e à promoção da melhoria da competitividade da fileira da pinha e do pinhão na região do Alentejo.

Agência de Notícias

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