Cantinas sociais ajudam famílias carenciadas no Seixal

Cantinas apoiam centenas de famílias carenciadas do concelho 

No Seixal, está em funcionamento uma rede de cantinas sociais, no âmbito do Programa de Emergência Social, que fornece refeições diárias a famílias e pessoas carenciadas, através da participação de sete instituições do concelho. A investigadora Inês Amaro afirmou que as políticas de austeridade têm tido uma "enorme implicação" no serviço social, porque tornaram "mais difícil" garantir os direitos básicos de vida a quem precisa. Em declarações à agência Lusa a propósito do Dia Mundial do Serviço Social, que se assinalou a 17 deste mês, a investigadora adiantou que estas medidas também têm grandes implicações "nas exigências que são feitas hoje aos serviços sociais e aos assistentes sociais".
Centenas de pessoas procuram ajuda diária das cantinas sociais 

Este apoio, explica a Câmara do Seixal, "destina-se a pessoas idosas com baixos rendimentos, famílias monoparentais com rendimentos reduzidos, famílias em situação de emergência temporária, pessoas com doença crónica, pessoas ou famílias em situação de desemprego múltiplo ou recente e pessoas que já recebam apoio social, desde que não seja no âmbito alimentar". 
Os pedidos de apoio podem ser encaminhados pelas entidades locais (câmara municipal, juntas de freguesia, escolas, centros de saúde, locais de atendimento de ação social, etc.), diretamente à entidade que promove a cantina social, que fará a avaliação social dos pedidos e a verificação dos critérios de acesso a esta resposta.
As famílias também podem recorrer às cantinas sociais por iniciativa própria.
As instituições do concelho que fazem parte desta rede de cantinas sociais são a Associação de Reformados e Idosos da Freguesia de Amora (ARIFA), a Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Amora (AURPIA), a Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Corroios (AURPIC), a Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Miratejo (AURPIM), o Centro de Assistência Paroquial de Amora (CAPA), o Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Fernão Ferro (CPFF) e a Criar-T, Associação de Solidariedade.
Conheça os critérios de fornecimento de refeições e os contactos das instituições participantes na página dedicada à rede de cantinas sociais do Seixal.

Políticas de austeridade têm tido "enorme implicação" no serviço social
A investigadora Inês Amaro afirmou que as políticas de austeridade têm tido uma "enorme implicação" no serviço social, porque tornaram "mais difícil" garantir os direitos básicos de vida a quem precisa. 
Em declarações à agência Lusa a propósito do Dia Mundial do Serviço Social, que se assinalou a 17 deste mês, Inês Amaro adiantou que estas medidas também têm grandes implicações "nas exigências que são feitas hoje aos serviços sociais e aos assistentes sociais".
"Desde logo porque se tornou mais difícil trabalhar numa perspetiva de garantir direitos básicos de vida, como o acesso ao rendimento condigno, à habitação e à educação", explicou a autora do livro "Urgências e emergências do serviço social".
Por outro lado, tem havido uma certa tendência para as medidas de política social estarem a tomar "uma forma mais assistencialista e menos protetora dos direitos", adiantou.
Para a especialista em serviço social, promove-se mais a existência de respostas como as cantinas sociais do que "políticas que garantam que as pessoas tenham um rendimento adequado para terem uma cidadania plena" e acesso a oportunidades de trabalho e de formação.
"Já não há tantos direitos universais", promove-se mais "os direitos condicionados", em que os benefícios apenas estão disponíveis para algumas pessoas quando estão em situações de dificuldade.
Esses benefícios também têm vindo a ser reduzidos nos últimos anos devido às "políticas restritivas" relativamente a prestações sociais, como o subsídio de desemprego e o Rendimento Social de Inserção (RSI).

Agência de Notícias

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