APAV ajudou mais de 500 pessoas em Setúbal em 2014

558 pessoas do distrito de Setúbal seguidas pelo Gabinete de Apoio à Vítima

O Gabinete de Apoio à Vítima ajudou 558 pessoas em 2014, no distrito de Setúbal, a maioria delas vítimas de violência doméstica, revela o relatório anual da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Além de ter dado apoio jurídico a 361 vítimas, apoio social a mais 94 e apoio emocional em 386 casos, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, disponibilizou informação sobre outras instituições às vítimas que pediram ajuda, ou que, de alguma forma, foram encaminhadas para a associação.O ano de 2014 ficou marcado pela morte de 42 mulheres. O distrito de Setúbal foi aquele que registou maior número de homicídios com sete mulheres mortas neste contexto. A tendência mantêm-se igual nos primeiros três meses desde ano. Até 10 de Março já morreram nove mulheres vítimas de violência doméstica. No distrito de Setúbal já morreram três mulheres às mãos de maridos e companheiros. Uma na capital do distrito e duas no concelho do Seixal.
Violência Doméstica continua a crescer no distrito de Setúbal 

De entre os 1.487 crimes registados pela APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) no ano passado, há uma predominância de crimes de violência doméstica (1.319), incluindo um crime de homicídio na forma tentada, sendo certo que houve outros crimes de homicídio consumados na região de Setúbal, mas em que não houve intervenção da associação.
Ainda no que respeita ao tipo de crimes de violência doméstica registados em 2014, verifica-se, segundo a APAV, um grande número de casos de maus tratos psíquicos (480), bem como de maus tratos físicos (297) e de ameaça ou coação (294).
Nos casos reportados à APAV, é também frequente haver uma relação parental entre o agressor e as vítimas, que são muitas vezes os cônjuges (27,4 por ceto) ou ex-cônjuges (6,5 por cento), companheiros/as (15,2 por cento) ou ex-companheiros/as (13,8 por cento) e os próprios filhos do agressor/a (12 por cento).
Dos 578 autores dos crimes, 87,7 por cento eram do sexo masculino, a maioria dos quais (40,9 por cento) com idades compreendidas entre os 25 e os 54 anos.
No que respeita ao perfil das vítimas, 85,7 por cento eram do sexo feminino, de idades compreendidas entre os 25 e os 44 anos (35,3 por cento).
O relatório da APAV sobre o distrito de Setúbal refere ainda que os utentes vítimas de crime que usufruíram dos serviços da associação eram maioritariamente pessoas casadas (31,4 por cento) ou pessoas solteiras (24,7 por cento) e pertenciam, sobretudo, a um tipo de família nuclear com filhos em 37,5 por cento dos casos.
Além dos casos referidos pela APAV, há muitos outros em que não é requerida a intervenção da associação, a exemplo do que já se verificou nos primeiros meses de 2015.
Até ao momento, segundo a associação, são já conhecidos três casos de homicídio consumado de três mulheres, que ocorreram no distrito de Setúbal, em situações tipificadas como violência doméstica, mas em que não houve qualquer intervenção da APAV.
Na última década, morreram 398 mulheres vítimas de agressões em contexto de violência doméstica em Portugal. Ciúme e dificuldade em aceitar a separação são os principais motivos. O ano de 2014 ficou marcado pela morte de 42 mulheres. O distrito de Setúbal foi aquele que registou maior número de homicídios com sete mulheres mortas neste contexto, seguido de Lisboa (cinco mortes) e do Porto (quatro mortes). E é em casa que continuam a ocorrer a maior parte das mortes.

Agência de Notícias


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