Tribunal de Setúbal decide esta sexta feira se haverá julgamento ou não
O único sobrevivente da tragédia do Meco, em Sesimbra, o arguido João Gouveia, faltou na segunda-feira à inquirição feita sobre o caso no Tribunal de Setúbal. O dux invocou a pressão mediática e também a pressão das famílias das vítimas, e a forma como o têm tratado, “atingindo o seu bom nome”, para não ter estado presente em tribunal, explicou a advogada Paula Brum.
Apesar da ausência de João Gouveia – que invocou o artigo 300.º do Código do Processo Penal, que lhe permite aos arguidos renunciarem a estarem presentes nesta fase de inqurições –, a diligência judicial realizou-se, com a presença das famílias das seis vítimas mortais e de duas testemunhas.
O pai e uma irmã do dux também compareceram em tribunal juntamente com a respectiva advogada, que recordou que o seu cliente sempre falou na fase de inquérito, tendo para essas declarações quaisquer esclarecimentos sobre o que se passou no Meco. Foi também essas declarações que invocou o pai de João Gouveia: "Durante meses a fio o João disponibilizou-se a prestar todo o tipo de colaboração possível – porque ele mais do que ninguém, como jovem que perdeu os seus amigos num momento daqueles, é o primeiro a querer que a verdade venha ao de cima". O progenitor do dux disse que João Gouveia vive "um drama moral, psicológico" por ter visto morrer os amigos, "podendo ele ter ele partido também", e que não lhe é agradável "agora, ao final deste tempo todo, ter de assistir a esta situação novamente", por via da reabertura do processo.
"Espero que os pais dos jovens que faleceram possam fazer o seu luto, conseguir conviver com a sua dor, porque não é natural perder um filho, o que é natural é que nós, pais, irmos primeiro", acrescentou, criticando aqueles que tentam "transformar um drama real num drama de faca e alguidar".
Pais acusam sobrevivente de cobardia
Para os pais das vítimas, porém, a ausência do único sobrevivente tem outro significado: "cobardia".
“Que ninguém subestime o amor de uma mãe que viu partir um filho. A minha filha não deixou de existir. Se o João Gouveia aqui estivesse hoje, eu olhava para ele como se eu fosse a Catarina”, declarou a mãe de uma das vítimas. Admitindo que não contava com a ausência do dux em tribunal, o advogado das famílias, Vítor Parente Ribeiro, vê neste facto um indício claro de que o único sobrevivente da tragédia "temeu contradizer-se relativamente ao que disse antes, por ter consciência de que não contou a verdade".
Na sessão desta segunda-feira, foram inquiridas duas testemunhas: uma responsável da Universidade Lusófona, Teresa Damásio, e uma amiga de uma das vítimas, igualmente aluna naquela universidade.
Por falta de notificação por parte do tribunal não foi ouvido um perito do Instituto de Medicina Legal, tendo a sua audição sido adiada para a próxima sexta-feira, dia em que também terá lugar o debate instrutório que acabou por não se realizar esta segunda-feira, uma vez que não tinham sido ouvidas todas as testemunhas.
O inquérito à morte dos alunos da Universidade Lusófona tinha sido arquivado por um procurador do Ministério Público do Tribunal de Almada, mas o advogado das famílias, Vítor Parente Ribeiro, recorreu da decisão, pedindo a abertura da instrução.
Recorde-se que sete jovens universitários foram engolidos por uma onda no Meco na madrugada de 15 de Dezembro de 2013. Apenas um sobreviveu. Há suspeitas de que o caso esteja relacionado com praxes académicas.
O pai e uma irmã do dux também compareceram em tribunal juntamente com a respectiva advogada, que recordou que o seu cliente sempre falou na fase de inquérito, tendo para essas declarações quaisquer esclarecimentos sobre o que se passou no Meco. Foi também essas declarações que invocou o pai de João Gouveia: "Durante meses a fio o João disponibilizou-se a prestar todo o tipo de colaboração possível – porque ele mais do que ninguém, como jovem que perdeu os seus amigos num momento daqueles, é o primeiro a querer que a verdade venha ao de cima". O progenitor do dux disse que João Gouveia vive "um drama moral, psicológico" por ter visto morrer os amigos, "podendo ele ter ele partido também", e que não lhe é agradável "agora, ao final deste tempo todo, ter de assistir a esta situação novamente", por via da reabertura do processo.
"Espero que os pais dos jovens que faleceram possam fazer o seu luto, conseguir conviver com a sua dor, porque não é natural perder um filho, o que é natural é que nós, pais, irmos primeiro", acrescentou, criticando aqueles que tentam "transformar um drama real num drama de faca e alguidar".
Pais acusam sobrevivente de cobardia
Para os pais das vítimas, porém, a ausência do único sobrevivente tem outro significado: "cobardia".
“Que ninguém subestime o amor de uma mãe que viu partir um filho. A minha filha não deixou de existir. Se o João Gouveia aqui estivesse hoje, eu olhava para ele como se eu fosse a Catarina”, declarou a mãe de uma das vítimas. Admitindo que não contava com a ausência do dux em tribunal, o advogado das famílias, Vítor Parente Ribeiro, vê neste facto um indício claro de que o único sobrevivente da tragédia "temeu contradizer-se relativamente ao que disse antes, por ter consciência de que não contou a verdade".
Na sessão desta segunda-feira, foram inquiridas duas testemunhas: uma responsável da Universidade Lusófona, Teresa Damásio, e uma amiga de uma das vítimas, igualmente aluna naquela universidade.
Por falta de notificação por parte do tribunal não foi ouvido um perito do Instituto de Medicina Legal, tendo a sua audição sido adiada para a próxima sexta-feira, dia em que também terá lugar o debate instrutório que acabou por não se realizar esta segunda-feira, uma vez que não tinham sido ouvidas todas as testemunhas.
O inquérito à morte dos alunos da Universidade Lusófona tinha sido arquivado por um procurador do Ministério Público do Tribunal de Almada, mas o advogado das famílias, Vítor Parente Ribeiro, recorreu da decisão, pedindo a abertura da instrução.
Recorde-se que sete jovens universitários foram engolidos por uma onda no Meco na madrugada de 15 de Dezembro de 2013. Apenas um sobreviveu. Há suspeitas de que o caso esteja relacionado com praxes académicas.
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