Montijo fecha comemorações dos 500 Anos do Foral

Foral das Vilas de Alcochete e de Aldeia Galega de 1515 em livro 

O lançamento do 2.º volume da edição comemorativa dos 500 Anos do Foral Manuelino de Aldeia Galega do Ribatejo decorreu há uma semana, no auditório da Galeria Municipal do Montijo. Perante uma sala cheia, o conceituado historiador João José Alves Dias apresentou o livro “O foral das vilas de Alcochete e Aldeia Galega do Ribatejo de 1515 – Um espaço, dois concelhos e um termo”. Com o lançamento deste livro, a Câmara do Montijo encerra as comemorações dos 500 Anos do Foral Manuelino de Aldeia Galega do Ribatejo, reforçando, assim, o seu importante contributo para o acervo documental sobre a cultura e a identidade do povo de Aldeia Galega do Ribatejo. 

Lançamento de livro sobre foral manuelino apresentado no Montijo

A primeira intervenção da cerimónia ficou a cargo do presidente da Câmarado Montijo. Nuno Canta considerou que a republicação do Foral de Alcochete e de Aldeia Galega do Ribatejo “não pretende apenas deixar uma mensagem sobre o passado, mas também pretende descobrir os fundamentos do Montijo moderno”.
“Comemorar 500 Anos de Foral é honrar a memória dos homens e mulheres que construíram o Montijo. É relembrar os valores estruturantes da nossa comunidade. Os momentos evocativos devem ser oportunidades para reforçar a coesão em torno de valores comuns”, afirmou o autarca.
Da interessante conferência de apresentação do livro proferida por João José Alves Dias, destacam-se duas ideias essenciais relacionadas com os forais.
Uma primeira nota para a ideia mais marcante: o historiador defende que o Foral de 17 de Janeiro de 1515 das vilas de Alcochete e Aldeia Galega do Ribatejo é apenas uma nova versão do Foral outorgado a Aldeia Galega do Ribatejo em 1514.
“Para mim, o Foral de 1514 só dizia Aldeia Galega e, quando cá chegou, lembraram-se que eram duas vilas numa única jurisdição e, por isso, o documento deveria conter o nome das duas vilas. Aí foi preciso transformar o Foral e adaptá-lo: onde dizia o nome de uma vila passou a dizer o nome das duas. Era o Foral de um espaço, com duas vilas administradas em conjunto”, afirmou.

As diferenças dos forais 
Outro apontamento importante defendido por João José Alves Dias, à semelhança de outros historiadores, é o facto de os forais assumirem importâncias e significados distintos durante os séculos, sendo que para o historiador os forais manuelinos são essencialmente documentos de magistratura municipal que pretendiam uniformizar a aplicação e fiscalização dos direitos reais.
“O Foral é o que estabelece os foros que cada comunidade paga. Contudo, o significado de Foral depende da época. Por exemplo, no século XIII, o rei colocava uma região na sua proteção e para ser protegida essa comunidade tinha de pagar ao rei um foro e, assim, estabelecia os limites dessa região. O Foral do século XVI já não estabelece limites, não cria jurisdições, não estabelece como é que a administração rege”, declarou o historiador.
João José Alves Dias é doutorado em História, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, diretor do Centro de Estudos Históricos da referida universidade e conceituado historiador com várias obras e estudos publicados.
Com o lançamento deste livro, a Câmara Municipal do Montijo encerra as comemorações dos 500 Anos do Foral Manuelino de Aldeia Galega do Ribatejo, reforçando, assim, o seu importante contributo para o acervo documental sobre a cultura e a identidade do povo de Aldeia Galega do Ribatejo.
Uma última nota de destaque para a participação, no início da cerimónia, do Grupo Coral do Montijo que realizou uma excelente interpretação de cinco músicas quinhentistas.

Agência de Notícias

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