Pandur deixa dívida milionária no Barreiro

Processo Especial de Revitalização garante "futuro" da fabrica do Barreiro 

Quatro bancos, entre os quais o BCP e o BES, reclamam à Fabrequipa, empresa do Barreiro que foi responsável pela montagem dos Pandur [veículos blindados para o exército português], o pagamento de uma dívida de mais de 2,9 milhões de euros. A Fabrequipa, que é detida por Francisco Pita, tem uma dívida total reconhecida superior a nove milhões de euros, sobretudo à Banca. Recorde-se que em 2012, O ministro da Defesa anunciou que Portugal iria desistir do programa de compra dos blindados Pandur: os veículos escolhidos há cerca de 10 anos para substituir as chaimites, do tempo da guerra colonial. Agora a empresa prevê "o congelamento do passivo durante dois anos" e a preparação da empresa para a produção de Pandur com vista à exportação. 
Fábrica dos Pandur com "nova esperança" com aprovação do PER

A empresa do Barreiro que produziu as viaturas blindadas para o Exército, no âmbito do contrato de contrapartidas da aquisição dos Pandur à empresa austríaca Steyr, apresentou, em 2014, um Processo Especial de Revitalização (PER).
A esta provisória de 25 credores revela que as duas maiores dívidas são ao BCP e BES: mais de 1,4 milhões de euros e acima de 980 mil euros, respetivamente. Banif e Banco Popular reclamam o pagamento de dívidas inferiores: 337 mil euros e 228 mil euros. 
A empresa tem uma dívida aos trabalhadores de mais de 196 mil euros. Francisco Pita justifica o recurso da Fabrequipa ao PER com "a necessidade de salvaguardar o futuro da empresa", depois de o atual ministro da Defesa ter decidido terminar o contrato de fornecimento dos Pandur em Outubro de 2012. 
Segundo o proprietário da Fabrequipa, os credores já aprovaram o PER, que prevê "o congelamento do passivo durante dois anos" e a preparação da empresa para a produção de Pandur com vista à exportação.

A história dos Pandur
Em 2012, O ministro da Defesa anunciou que Portugal iria desistir do programa de compra dos blindados Pandur: os veículos escolhidos há cerca de 10 anos para substituir as chaimites, do tempo da guerra colonial.
Aguiar-Branco explicou na altura que em causa estava um incumprimento por parte da empresa austríaca fornecedora dos blindados que não transferiu para Portugal a tecnologia necessária para a construção dos blindados na fábrica do Barreiro.
O Contrato foi assinado ainda no tempo de Paulo Portas, em 2005. Aguiar-Branco disse que não paga mais e quer receber uma indemnização por incumprimento.O caso só foi encerrado de vez  em Setembro de 2014 com o Estado português a receber uma indemnização de 55,5 milhões de euros e garantiu 22 viaturas Pandur “sem necessidade de efectuar qualquer pagamento”.
Em relação a estas, o consórcio terá que entregar garantias bancárias de 25 por cento sobre o contrato de contrapartidas e fornecimento dos veículos, e terá que assegurar o fornecimento de peças sobressalentes.
Em 2012, o presidente da fábrica do Barreiro disse que a denúncia do contrato dos blindados Pandur ia "matar" a sua empresa e levar ao despedimento de 200 trabalhadores. "A decisão que o senhor ministro [da Defesa] tomou é o fecho de uma empresa por decreto e o consequente despedimento de 200 trabalhadores, além de bloquear novos projetos de expansão e de venda de Pandur noutros mercados", disse na altura o responsável da fabrica do Barreiro. 


Agência de Notícias

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