Aldeia Galega e a Posta em debate no Montijo

Aldeia Galega já foi a capital da mala-posta 

A conferência “Aldeia Galega do Ribatejo e a Posta” decorreu, no passado dia 10 de outubro, no auditório da Galeria Municipal, no âmbito do ciclo de conferências comemorativas dos 500 Anos do Foral Manuelino de Aldeia Galega. Com uma assinalável presença de público, Mário Balseiro Dias, historiador local e mestre em História Regional e Local, abordou a criação da posta e da mala-posta e a sua importância na história e vida de Aldeia Galega (hoje Montijo).

Conferência  sobre a Aldeia Galega e a Posta cativou o público 

A conferência iniciou-se com a intervenção do presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, que deixou palavras de apreço pelo trabalho desenvolvido pelos historiadores locais, como Mário Balseiro Dias, na construção “do conhecimento da história da nossa terra”.
“A história de uma terra, do seu povo é memória viva e identidade consciente. É esta herança cultural de identidade coletiva que hoje, aqui, renovamos nesta conferência que aborda a criação da posta, um ato marcante que teve profundas consequências no desenvolvimento social, cultural e económico da nossa terra”, afirmou o autarca.
A importância económica da posta e da mala posta foi exatamente um dos pontos focados por Mário Balseiro Dias. O historiador abordou diversos aspetos da criação da posta, desde as suas duas ligações entre Aldeia Galega ao Alentejo, uma por Rio Frio e outra pela Atalaia, passando pelo seu funcionamento e evolução.
Mário Balseiro Dias contestou, ainda, que a Posta tivesse sido estabelecida em Aldeia Galega em 1533, por Luís Afonso, como é indicado na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Segundo o historiador local, a primeira referência documental sobre a criação da posta em Aldeia Galega remonta a 1528.
A mala-posta foi um serviço de transporte de passageiros e da mala do correio. Constituía-se numa carruagem puxada por duas borradas ou parelhas de cavalos. Em percursos longos, os cavalos eram mudados diversas vezes em estações preparadas para o efeito.
No final da sua conferência, Mário Balseiro Dias falou das dificuldades dos historiadores locais e da necessidade de valorizar mais o trabalho de investigação que realizam em prol da comunidade e da história de uma determinada região.
A próxima conferência comemorativa dos 500 Anos do Foral terá lugar no dia 1 de Novembro, às 16 horas, no auditório da Galeria Municipal. Será proferida por André Fernandes, investigador da Universidade Nova de Lisboa, e terá como tema “Das funções litorais à industrialização moderna: as frentes ribeirinhas da Margem Sul do Tejo em perspetiva”.
Agência de Notícias

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