Dívida às finanças pode "roubar" pavilhão ao Vitória de Setúbal
Se nada acontecer até 25 de Novembro o pavilhão será vendido |
O pavilhão gimnodesportivo Antoine Velge, do Vitória de Setúbal, corre o risco de ser vendido em hasta pública por causa de uma dívida de 750 mil euros da empresa Sadisetúbal às finanças. A Autoridade Tributária já avançou com o processo de penhora, podendo os potenciais compradores avaliar a estrutura desportiva, com dois pisos e um valor patrimonial de um milhão e 73 mil euros, até 25 de Novembro. No dia seguinte, será efetuada a venda.
Em causa está uma dívida de 750 mil euros.
Caso a direção do clube não tome qualquer medida para evitar semelhante desfecho, um grupo de sócios avançará com uma petição pública na tentativa de chegar a um acordo com a entidade credora. O mesmo grupo de sócios já recolheu, entretanto, mais de 100 assinaturas para requerer uma assembleia geral para o registo da extinção dos direitos da superfície do Estádio do Bonfim.
O grupo de associados do Vitória pediu à direção do clube que avance com as formalidades necessárias para requerer a extinção do direito de superfície dos terrenos do Bonfim, vendido à Pluripar em Março de 2004.
"Consideramos que o direito de superfície dos terrenos do estádio do Bonfim está extinto, porque já passou o prazo máximo de dez anos, que está previsto na lei, sem que a Pluripar tivesse concluído a obra prevista para os terrenos do estádio do Bonfim", disse à agência Lusa João Martins, um dos signatários.
"Na escritura de constituição [do direito de superfície dos terrenos do Bonfim], ficou identificado que esse direito se destinava à construção de um imóvel e que era válido por 90 anos a contar da sua abertura ao público", refere a carta enviada ao presidente do clube, Fernando Oliveira, e à presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, em Junho deste ano.
Segundo refere a carta, "o artigo 1.536 do Código Civil estabelece que o direito de superfície se extingue se o superficiário (titular do direito de superfície) não concluir a obra ou não fizer a plantação dentro do prazo fixado ou, na falta de fixação, dentro do prazo de dez anos".
"Ora, nem a escritura de constituição do direito de superfície dos terrenos do Bonfim, nem as escrituras de doação à SAD (Sociedade Anónima Desportiva) e de venda à Vento de Negócios/Pluripar, fixam qualquer prazo para a conclusão da obra".
"Não se trata de rasgar contratos, apenas aplicar à `letra´, o que a lei estipula", argumentam os signatários da carta, que sugerem a marcação de uma Assembleia Geral para discutir e votar o requerimento da extinção".
Perante este quadro, o grupo de associados considera que o direito de superfície está extinto, como acredita que o Vitória de Setúbal não terá de devolver as rendas recebidas, nem de pagar qualquer indemnização, porque nada teve a ver com a não construção do complexo comercial que a Pluripar se propunha construir no Bonfim.
Nos termos dos acordos celebrados com a Câmara de Setúbal e a Pluripar, em 2004, o Vitória de Setúbal só teria de abandonar os terrenos do Bonfim quando estivesse construído o novo estádio, que a Pluripar se tinha comprometido a fazer na zona do Vale da Rosa, mas que também nunca passou do papel.
Agência de Notícias
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