Frente ribeirinha é principal estratégia de Setúbal

Estratégia de requalificação da frente ribeirinha avança com consenso entre autarquia e porto de Setúbal 

A requalificação e aproveitamento dos potenciais da frente ribeirinha de Setúbal foi sublinhada por responsáveis da Câmara Municipal e do porto de Setúbal como uma das principais estratégias para o desenvolvimento e internacionalização do concelho. A localização da marina na doca de recreio, realça vice-presidente do município, “assegura maior potencial urbanístico que possa ser associado às componentes imobiliárias do investimento”, além de que dispõe de boas acessibilidades, melhores soluções de estacionamento e dinamiza o processo de reabilitação urbana do centro histórico. O vice-presidente da Autarquia, André Martins, e o presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Vítor Caldeirinha, apresentaram, na sessão de abertura do I Seminário Internacional Cidades Portuárias e a Relação Porto-Cidade “A Náutica de Recreio e o Turismo Náutico”, que decorreu ao longo de sexta-feira no Fórum Municipal Luísa Todi.


Setúbal quer investir mais na sua frente ribeirinha 

“A maioria das pessoas em Setúbal faz vida em terra. A maioria vê o mar como uma limitação da terra e não como uma fonte de recursos a explorar. Isto não pode continuar”, desafiou Vítor Caldeirinha na abertura do encontro organizado pela APSS e pela Câmara Municipal no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Mar.
Uma das ferramentas que estão a ser utilizadas pelas duas instituições para traçar novos planos para o desenvolvimento de Setúbal é um grupo de trabalho constituído por profissionais de ambas as entidades, criado para dar resposta a legislação de 2008 que regula a reafectação do domínio público marítimo integrado em áreas sem utilização portuária reconhecida.
Neste campo, André Martins anunciou que o grupo de trabalho está convicto de que a futura marina de Setúbal, infraestrutura considerada um dos eixos estratégicos mais importantes para a requalificação da frente ribeirinha de Setúbal, terá como melhor localização a doca de recreio utilizada atualmente pelo Clube Naval Setubalense.
“Qualifica a cidade e contribui decisivamente para melhorar a sua relação com a frente ribeirinha”, sublinhou André Martins, acrescentando que as vantagens urbanísticas da marina naquela localização compreendem ainda a beneficiação da proximidade de equipamentos culturais e turísticos e potencia investimentos públicos realizados pelo Polis e Programa Integrado de Valorização da Zona Ribeirinha de Setúbal.
A localização da marina na doca de recreio, realça André Martins, na ótica da Câmara de Setúbal, “assegura maior potencial urbanístico que possa ser associado às componentes imobiliárias do investimento”, além de que dispõe de boas acessibilidades, melhores soluções de estacionamento e dinamiza o processo de reabilitação urbana do centro histórico.
O autarca adiantou igualmente que já estão a ser preparados dossiers pensados especificamente para potenciais investidores no projeto da marina, que incluem um estudo de mercado sobre náutica de recreio, um estudo prévio de viabilidade económica e uma caracterização de Setúbal como destino turístico.
André Martins garantiu ainda a “total disponibilidade” da Câmara Municipal para o desenvolvimento de instrumentos de ordenamento do território necessários “para o enquadramento urbanístico indispensável à qualificação da zona envolvente e à concretização da componente imobiliária do investimento”.

Porto de Setúbal e autarquia dinamizam frente ribeirinha 
A futura marina de Setúbal foi apenas um dos exemplos dados de instrumentos vantajosos para o desenvolvimento urbanístico, económico e turístico do concelho.
Vítor Caldeirinha salientou os “grandes avanços” na concertação de esforços da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra com a Câmara Municipal de Setúbal no âmbito de uma estratégia de requalificação da frente ribeirinha.
O presidente do conselho da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra adiantou que já existe consenso entre as duas entidades sobre a problemática inerente ao cais intermodal e destacou que o porto de Setúbal abriu à população espaços da área portuária dos quais não retirava usufruto económico, como é o caso do Cais 3.
Vítor Caldeirinha referiu ainda a criação de novos parques estacionamento na frente ribeirinha e, entre outros projetos de desenvolvimento, manifestou o desejo de potenciar o aparecimento de mais serviços de cruzeiros turísticos no Sado.
Tudo, afirmou, realizado através de colaborações estreitas com os diferentes parceiros do porto de Setúbal, caso da autarquia local e dos agentes de turismo, de outras atividades económicas e de segurança, entre outros.
O vice-presidente da autarquia anunciou que a Câmara e o porto de Setúbal vão celebrar em breve um protocolo de intenções com dois objetivos basilares.
O primeiro relaciona-se com “a urgente necessidade de melhorar a articulação de Setúbal com o Polo Turístico de Troia e com o Litoral Alentejano em matéria de transportes e acessibilidades, fazendo convergir numa plataforma intermodal os transportes rodoviários, ferroviários e fluviais e o estacionamento automóvel”.
O segundo objetivo está associado à náutica de recreio e ao turismo náutico, no âmbito do qual, salientou André Martins, será importante identificar os locais para a implantação de novas infraestruturas de apoio neste setor económico, tais como a marina, bem como a caracterização dos equipamentos existentes, contribuindo para a requalificação dos mesmos e melhoria dos serviços prestados.

Agência de Notícias

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