Hospital do Barreiro vai alterar serviço de urgência

Doentes ficam "dias e semanas" na urgência do Hospital do Barreiro

Uma visita da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros ao serviço de urgência do Hospital do Barreiro revelou o pior dos cenários. De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, existem doentes que permanecem no serviço de urgência daquele hospital durante "dias ou semanas". Para a Ordem, "o maior problema é a ineficiência dos circuitos de transferência interna dos doentes. Mesmo havendo vagas nos serviços de internamento, os doentes permanecem no serviço de urgência durante muito tempo". Os enfermeiros disseram ainda que estavam mais de 30 pessoas num serviço com capacidade para sete doentes o que coloca em risco "a segurança dos doentes". A administração do centro hospitalar sabe da existência do problema e garantiu que vão haver "alterações no serviço de urgência, de modo a agilizar a transferência de doentes para os internamentos", disse Silveira Ribeiro, presidente do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo.


Enfermeiros dizem que doentes passam dias nas urgências do Barreiro

A Ordem dos Enfermeiros efetuou uma visita ao serviço de urgência do hospital do Barreiro, que pertence ao centro hospitalar Barreiro/Montijo.
"O maior problema é a ineficiência dos circuitos de transferência interna dos doentes. Mesmo havendo vagas nos serviços de internamento, os doentes permanecem no serviço de urgência durante vários dias, nalguns casos várias semanas", refere em comunicado enviado à Lusa.
O enfermeiro Alexandre Tomás, presidente do Conselho Diretivo Regional, referiu que estavam mais de 30 pessoas num serviço com capacidade para sete doentes, defendendo que a realidade encontrada é "muito adversa" para a prestação de cuidados de saúde e pode colocar em causa a segurança dos doentes.
"Neste contexto, de efetiva dificuldade de prática profissional, os problemas clínicos não são mais expressivos, graças à dedicação, empenho e profissionalismo da equipa de enfermagem", salientou o enfermeiro.
A Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros anunciou que já solicitou uma reunião ao conselho diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para analisar esta situação.

Centro Hospitalar Barreiro/Montijo altera serviço de urgência
O presidente do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, Silveira Ribeiro, anunciou ontem alterações no serviço de urgência, de modo a agilizar a transferência de doentes para os internamentos.
"Vão ser feitas alterações físicas no serviço de urgência e algumas ao nível organizacional para agilizar melhor a transferência de doentes para os internamentos, diminuindo a pressão nas urgências", afirmou Silveira Ribeiro.
O responsável explicou também que por mais soluções que sejam encontradas, vão sempre haver problemas.

Enfermeiros estiveram em greve a 25 de Agosto no Barreiro e Montijo 
Relembre-se que os enfermeiros estiveram em greve tanto no Hospital do Barreiro como também no Hospital do Montijo, no passado dia 25 de Agosto. Uma greve, segundo os sindicatos, contou com uma adesão de cerca de 95 por centro naquele centro hospital. Na altura, a coordenadora da direção regional de Setúbal afirmou que o propósito da greve “não foi atingir os utentes”, garantindo que “foram prestados os cuidados mínimos” e assegurou que os serviços agendados para o dia da greve foram “programados para outra altura”. Zoraima Prado diz que a marcação de futuras greves ou protestos“depende em muito da resposta do ministro da Saúde” ao apelo dos enfermeiros para a “necessidade de contratação de novos profissionais”.
No entanto, a greve dos enfermeiros permitiu já que fossem “desbloqueadas dezenas de vagas”, garantiu a coordenadora da direção regional de Setúbal do Sindicato dos Enfermeiros.
A dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses disse mesmo que antes o centro hospitalar do Barreiro/Montijo "tinha aproximadamente 600 profissionais da enfermagem", número que estaria "agora mais perto dos 400".
Em comunicado divulgado nessa altura, o conselho de administração do centro hospitalar do Barreiro/Montijo disse que o número de enfermeiros dos dois hospitais "não tem variado de forma relevante ao longo dos últimos cinco anos, data de criação do centro hospitalar, já que em 2009 estavam em funções 554 enfermeiros", informa.
Em Setembro de 2013, a alteração legislativa que impôs o regime de trabalho de 40 horas semanais fez com que transitassem de ambos os hospitais "345 enfermeiros de 35 horas semanais para 40 horas semanais, o que significou um acréscimo de 1.725 horas semanais, correspondente a cerca de 40 enfermeiros", reforça o conselho de administração.


Agência de Notícias

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