Chuva arrasou produção de tomate em Palmela e Montijo

Agricultores de tomate de Setúbal querem apoio do Governo 

A Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS) quer ser recebida em audiência pela ministra da Agricultura, de modo a inteirar Assunção Cristas dos prejuízos registados na produção de tomate, por causa do mau tempo. Só em Palmela e Montijo, diz a associação, perdeu-se quase 300 toneladas de tomate. Por isso, os agricultores  do Distrito de Setúbal vão pedir ajuda ao Governo para colmatar os prejuízos na produção de tomate deste ano que o mau tempo arruinou. E rejeitam já um "não” por falta de dinheiro, "porque, se há para a banca, também há para a agricultura", diz o responsável da associação de agricultores do distrito. 

Produção de tomate destruída pelo mau tempo em Setúbal 

"Já formalizarmos o pedido de reunião com a ministra da Agricultura, para que sejam encontradas medidas de compensação que nos permitam fazer face aos prejuízos, porque 90 por cento da produção de tomate, nos concelhos do Montijo e de Palmela, está praticamente perdida”, disse à agência Lusa Avelino Antunes, assessor da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS).
“Há dezenas de toneladas de tomate em terrenos onde os produtores nem sequer conseguem entrar para fazer a apanha. E esse tomate vai apodrecer rapidamente”, acrescentou.
Segundo Avelino Antunes, os prejuízos provocados pelo mau tempo afetam produtores dos dois concelhos (Montijo e Palmela), que ao longo dos últimos 20 anos têm resistido aos sucessivos aumentos dos custos de produção.
“Os custos de produção aumentaram muito, mas o preço do tomate no produtor é hoje igual ao que era há 20 anos. Não é por acaso que hoje restam apenas cerca de 30 dos 500 produtores de tomate que havia na região há cerca de 20 anos”, disse o dirigente.
Avelino Antunes assegurou ainda que os seguros não dão resposta às necessidades dos produtores, porque “apresentam preços incomportáveis e não cobrem grande parte dos riscos da agricultura”.
As contas não estão totalmente fechadas, a contabilidade faz-se, na medida do possível, mas a associação avança com uma estimativa de perda de entre “as 250 e as 300” toneladas de tomate.
A AADS reclama medidas compensatórias que permitam fazer face aos prejuízos provocados pelo mau tempo e que atingiu, sobretudo, os maiores concelhos produtores de tomate da região e do país.
Avelino Antunes diz que o Estado tem obrigações para com os cidadãos e “não pode só ter obrigações, nem sequer devia ter, com uma oligarquia financeira que é a banca”. Por isso, diz Avelino Antunes, “não vale a pena dizer que não há dinheiro” afirma este responsável da ASDS, argumentando: “todos sabemos que, se fosse uma inundação, permita-me dizer isto, numa banca qualquer, apareciam os milhões que fossem necessários”.

Agência de Notícias

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