Bombeiros de Setúbal contestam horários de trabalho

Bombeiros alertam para a existência de irregularidades nos horários

O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais alertou ontem o PCP [a força política que gere a autarquia setubalense] para alegadas irregularidades nos horários definidos pela Câmara de Setúbal para a Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, mas a autarquia nega qualquer ilegalidade.Segundo o sindicato, a decisão de alertar as autoridades competentes para esta situação deveu-se ao facto de cerca de 90 por cento dos bombeiros estarem descontentes e em greve ao trabalho extraordinário até ao final do ano. O que a força sindical pretende, em concreto, é que a programação da escala seja feita anualmente. De acordo com o sindicato, desde o passado mês de Agosto, a escala anual tem sido alterada frequentemente, sendo que os bombeiros tomam conhecimento poucos dias antes da sua implementação, pelo que sentem dificuldades em orientar a sua vida pessoal devidamente.

Sapadores de Setúbal estão em greve ao trabalho extraordinário 

"Decidimos alertar o PCP [de Setúbal], força maioritária na Câmara Municipal de Setúbal, para o descontentamento de cerca de 90 por cento dos bombeiros, dado que o comandante da CBSS (Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal) e os vereadores dos Recursos Humanos e da Proteção Civil não parecem disponíveis para encontrar uma solução", disse à Lusa Filipe Santos, do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais
"O que pretendemos é que a programação da escala seja feita anualmente", acrescentou o sindicalista após a reunião efetuada ontem com responsáveis da Direção da Organização Regional de Setúbal do PCP.
Segundo Filipe Santos, desde o passado mês de Agosto, a escala anual da CBSS tem sido frequentemente alterada, sendo que os bombeiros só tomam conhecimento dessas alterações poucos dias antes de serem implementadas, pelo que não conseguem programar a sua vida pessoal.
Filipe Santos referiu ainda que os bombeiros sapadores de Setúbal estão em greve ao trabalho extraordinário, desde 8 de Agosto, e acusou o comandante, Paulo Lamego, de fazer "várias alterações" à escala de serviço, que, na prática, se traduzem num "boicote à greve".
"Algumas vezes, como a rotatividade não é cumprida, nem sequer temos os períodos de descanso de acordo com o previsto na escala anual" acrescentou Filipe Santos, adiantando que o sindicato já denunciou a situação junto da ACT, Autoridade para as Condições de Trabalho, mas ainda está a aguardar resposta.
Contactado pela Lusa, o comandante dos Bombeiros Sapadores de Setúbal escusou-se a fazer qualquer comentário, dizendo apenas que se trata de "uma questão laboral da responsabilidade da autarquia".
Fonte da Câmara de Setúbal também se escusou a comentar as acusações do  Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais, mas assegurou a legalidade dos horários de trabalho em vigor na Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal.

Agência de Notícias

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