A um passo do centenário: tradição, arte e orgulho restauram a identidade do concelho
Palmela assinalou o 99.º aniversário da Restauração do Concelho, reafirmando a sua independência e o orgulho na sua história. As comemorações, realizadas no último fim de semana, marcaram um momento simbólico de união e reflexão sobre o caminho percorrido desde 1 de Novembro de 1926, data em que Palmela se libertou da tutela administrativa de Setúbal. |
| Cerimónia evocou os Restauradores e o orgulho da identidade palmense |
A vila vestiu-se de história e emoção para homenagear quem, há quase um século, devolveu aos palmenses o direito de decidir o seu destino. Mas a festa não ficou presa ao passado - foi também um olhar firme sobre o futuro, com arte, ciência e cidadania em destaque.
A manhã de sábado começou junto ao Monumento a Joaquim José de Carvalho e aos Combatentes da 1.ª Grande Guerra Mundial, onde flores foram depositadas em tributo aos Restauradores do Concelho.
Ali, o presidente da Câmara, Álvaro Amaro, lembrou que “a liberdade não está garantida” e que o legado deixado pelos antepassados “reforça o sentimento de pertença e a responsabilidade de o preservar”.
Com 75 mil habitantes e um crescimento populacional constante, Palmela posiciona-se já como o 35.º maior município do país.
“Somos terra de cruzamento de culturas e de futuro promissor, mas o nosso tamanho traz desafios que exigem decisões responsáveis”, alertou o autarca, defendendo a urgência de um novo Plano Diretor Municipal.
Visivelmente emocionado, Álvaro Amaro sublinhou que esta foi a sua última cerimónia como presidente:
“Foi uma enorme honra partilhar esta história com todos. Que as gerações vindouras possam orgulhar-se das nossas escolhas, como nós nos orgulhamos dos nossos Restauradores e dos 51 anos de Abril”.
O fogo que ilumina o conhecimento
No mesmo dia, a celebração ganhou um tom mais intelectual com o lançamento do livro “Fazer o Lume, Fazer a Luz. Arqueologia do Fogo”, obra nascida das II Jornadas Internacionais de Arqueologia realizadas em Junho de 2023.
O título não podia ser mais simbólico: entre o fogo e a luz, a investigação e o saber unem-se para revelar a história profunda da humanidade.
Coordenado pelas arqueólogas Isabel Cristina Fernandes, Michelle Teixeira Santos e pelo arqueólogo Miguel Filipe Correia, o livro reúne o contributo de 92 autoras e autores de várias partes do mundo. A apresentação ficou a cargo do Doutor António Monge Soares, membro da Comissão Científica das Jornadas, perante uma plateia atenta e emocionada.
“Este é o tipo de obra que queremos associar ao Dia da Restauração”, afirmou o presidente da Câmara. “Produzir cultura científica, valorizar as Humanidades e reforçar a identidade do nosso território são atos de resistência e de futuro”.
Cultura, desporto e participação cidadã
As celebrações, promovidas pela Câmara Municipal de Palmela em parceria com o Grupo dos Amigos do Concelho, integraram um conjunto diversificado de atividades culturais e desportivas.
A estreia da criação “Substância do Ser”, pela companhia DançArte, levou o público a refletir sobre a essência humana, enquanto a prova Betclic Challenge Up 2025 - Subida ao Castelo de Palmela trouxe o espírito competitivo e a energia das ruas à colina histórica.
O programa estende-se ao mês de Novembro, com a Rede de Bibliotecas Públicas do Município a lançar a iniciativa “Empréstimo Surpresa”, que desafia os leitores a descobrir obras inesperadas da coleção do Fundo Local - um convite à curiosidade e à redescoberta do património literário palmense.
Um olhar para o centenário
Palmela prepara-se agora para o seu centenário da Restauração, em 2026.
Com uma herança rica e uma comunidade em crescimento, o concelho enfrenta o futuro com a mesma determinação de quem, há quase 100 anos, lutou pela sua autonomia.
Entre a memória e a inovação, Palmela reafirma-se como terra de cultura, liberdade e pertença, onde a história continua a escrever-se todos os dias.
Palmela prepara-se agora para o seu centenário da Restauração, em 2026.
Com uma herança rica e uma comunidade em crescimento, o concelho enfrenta o futuro com a mesma determinação de quem, há quase 100 anos, lutou pela sua autonomia.
Entre a memória e a inovação, Palmela reafirma-se como terra de cultura, liberdade e pertença, onde a história continua a escrever-se todos os dias.
Agência de Notícias
Fotografia: CM Palmela
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