Península de Setúbal será palco do primeiro teste às urgências regionais já no início do ano
O Governo aprovou o novo modelo de urgências regionais, que prevê a concentração do atendimento externo no Hospital Garcia de Orta, em Almada, já no início de 2026. Apesar disso, os três hospitais da Margem Sul - Setúbal, Barreiro e Almada - vão manter toda a atividade programada das maternidades e dos blocos de partos, ficando apenas centralizada a urgência externa. A medida pretende evitar o encerramento temporário de serviços devido à falta de médicos.![]() |
| Urgência externa será concentrada no Garcia de Orta em 2026 |
O executivo liderado por Luís Montenegro anunciou a aprovação final do decreto-lei que implementa as urgências regionais, um novo modelo que permite o funcionamento centralizado das urgências externas. O objetivo é reduzir os episódios de encerramento temporário provocados pela escassez de especialistas, sobretudo nas áreas de obstetrícia e ginecologia.
Em conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, sublinhou que este modelo só será aplicado em situações em que não esteja garantida a continuidade do serviço devido à falta de recursos humanos. “É apenas e exclusivamente para estas situações”, afirmou.
Um estudo técnico encomendado pelo Governo sustentou a decisão de concentrar a urgência externa no Hospital Garcia de Orta. Segundo esse estudo, o Hospital de Setúbal deverá receber apenas emergências referenciadas pelo INEM, deixando de estar disponível ao público para urgência aberta.
Dois ou mais hospitais poderão funcionar como uma só urgência
De acordo com Ana Paula Martins, o novo modelo permite que duas ou mais Unidades Locais de Saúde possam trabalhar como um único pólo regional, concentrando profissionais e recursos numa urgência que se mantém permanentemente operacional. A ministra destacou que esta organização traz previsibilidade para os utentes.
“Os utentes poderão saber, exatamente, qual a urgência que está aberta e onde devem dirigir-se”, afirmou.
Além disso, a governante realçou que este modelo pode melhorar a qualidade de vida das equipas médicas. “Há uma flexibilidade, em termos da vida pessoal, que hoje não têm”, disse, lembrando que muitos profissionais acumulam horas suplementares por falta de colegas. “É também uma maneira de os libertar”, acrescentou.
Margem Sul mantém partos e atividade programada
Apesar da centralização da urgência externa, a ministra fez questão de garantir que os três hospitais da Margem Sul - Setúbal, Barreiro e Almada - vão manter toda a atividade programada das maternidades e dos blocos de partos. “Toda a atividade programada é mantida”, reforçou, explicando que a urgência externa será apenas redirecionada para o Garcia de Orta.
A Península de Setúbal tem sido a região mais afetada pelas dificuldades na constituição de escalas, tendo registado vários encerramentos temporários ao longo dos últimos meses. Com o novo modelo, o projeto-piloto será lançado em Almada, no início de 2026.
Novos centros para reforçar obstetrícia e ginecologia
Em paralelo, o Governo aprovou outro decreto-lei para criar os Centros de Elevado Desempenho em Obstetrícia e Ginecologia (CED-ObGin). Estas novas estruturas terão autonomia de gestão e procuram tornar o Serviço Nacional de Saúde mais atrativo para jovens especialistas.
Segundo o Ministério da Saúde, os centros vão iniciar atividade experimental em 2026, oferecendo “serviços altamente diferenciados, formação e investigação” no setor público. “Queremos que os profissionais, quando acabam o internato, queiram ficar no SNS e que alguns até possam regressar”, afirmou Ana Paula Martins.
Em paralelo, o Governo aprovou outro decreto-lei para criar os Centros de Elevado Desempenho em Obstetrícia e Ginecologia (CED-ObGin). Estas novas estruturas terão autonomia de gestão e procuram tornar o Serviço Nacional de Saúde mais atrativo para jovens especialistas.
Segundo o Ministério da Saúde, os centros vão iniciar atividade experimental em 2026, oferecendo “serviços altamente diferenciados, formação e investigação” no setor público. “Queremos que os profissionais, quando acabam o internato, queiram ficar no SNS e que alguns até possam regressar”, afirmou Ana Paula Martins.

Comentários
Enviar um comentário