Amêijoa ilegal no Tejo: apreensão expõe negócio milionário e risco para a saúde
A Polícia Marítima apreendeu esta terça-feira, 23 de Setembro, cerca de 2,5 toneladas de amêijoa japónica e duas viaturas no Barreiro, durante uma operação de fiscalização que voltou a expor a dimensão do negócio ilegal dos bivalves no estuário do Tejo.![]() |
| Apanha de bivalves continua sem controle no Tejo |
A ação decorreu na zona do Lavradio, no Barreiro, onde os agentes do Comando Local da Polícia Marítima de Lisboa intercetaram dois indivíduos que carregavam carrinhas com amêijoa japónica. As autoridades identificaram os suspeitos, levantaram auto de notícia e procederam à apreensão do marisco e das viaturas.
Como os bivalves ainda se encontravam vivos, foram devolvidos ao seu habitat natural.
Um negócio que rende milhões
Todos os dias, centenas de pessoas retiram ilegalmente do Tejo perto de 15 toneladas de amêijoa, grande parte destinada ao mercado nacional e à exportação para países como Espanha, Itália e Reino Unido. O negócio, que movimenta milhões de euros por ano, mistura redes organizadas, exploração laboral e falta de controlo sanitário.
O perigo é claro: as amêijoas podem acumular toxinas e metais pesados, representando um risco grave para a saúde pública.
Todos os dias, centenas de pessoas retiram ilegalmente do Tejo perto de 15 toneladas de amêijoa, grande parte destinada ao mercado nacional e à exportação para países como Espanha, Itália e Reino Unido. O negócio, que movimenta milhões de euros por ano, mistura redes organizadas, exploração laboral e falta de controlo sanitário.
O perigo é claro: as amêijoas podem acumular toxinas e metais pesados, representando um risco grave para a saúde pública.
Alerta das autoridades e especialistas
A GNR já tinha sublinhado que a captura, transporte e venda de bivalves sem controlo higiossanitário podem colocar os consumidores em risco. Também o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) reforça a necessidade de fiscalização rigorosa para classificar as zonas de produção e garantir a salubridade do produto.
“Temos tido problemas devido à contaminação das próprias amêijoas. A ausência de rastreabilidade no circuito ilegal compromete a segurança do consumidor”, explicou Paula Chainho, investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acrescentando que muita amêijoa retirada do Tejo é falsamente declarada como proveniente do Sado.
A GNR já tinha sublinhado que a captura, transporte e venda de bivalves sem controlo higiossanitário podem colocar os consumidores em risco. Também o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) reforça a necessidade de fiscalização rigorosa para classificar as zonas de produção e garantir a salubridade do produto.
“Temos tido problemas devido à contaminação das próprias amêijoas. A ausência de rastreabilidade no circuito ilegal compromete a segurança do consumidor”, explicou Paula Chainho, investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acrescentando que muita amêijoa retirada do Tejo é falsamente declarada como proveniente do Sado.
A origem da espécie
Introduzida em Portugal nos anos 80 para cultivo na Ria Formosa, no Algarve, a amêijoa japónica dispersou-se para vários estuários e lagoas costeiras, incluindo Mondego, Tejo, Sado, Ria de Aveiro, Lagoa de Óbidos e Lagoa de Albufeira. Natural do Pacífico - Filipinas, China, Japão e Taiwan - a espécie tornou-se dominante em alguns ecossistemas portugueses, mas também trouxe consigo um problema sério: a apanha e comercialização ilegais, com graves implicações económicas, ambientais e de saúde pública.
Introduzida em Portugal nos anos 80 para cultivo na Ria Formosa, no Algarve, a amêijoa japónica dispersou-se para vários estuários e lagoas costeiras, incluindo Mondego, Tejo, Sado, Ria de Aveiro, Lagoa de Óbidos e Lagoa de Albufeira. Natural do Pacífico - Filipinas, China, Japão e Taiwan - a espécie tornou-se dominante em alguns ecossistemas portugueses, mas também trouxe consigo um problema sério: a apanha e comercialização ilegais, com graves implicações económicas, ambientais e de saúde pública.
A apanha é principalmente grave dos concelhos ribeirinhos do Tejo: Alcochete, Montijo, Barreiro, Seixal e Almada.

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