Devoção e batida: festa da Atalaia junta círios, folclore e milhares de romeiros

Procissão, cultura popular e concertos: quatro dias intensos em honra de Nossa Senhora da Atalaia

De sexta-feira, 29 de Agosto, a segunda-feira, 1 de Setembro, o concelho do Montijo recebe novamente as Festas em Honra de Nossa Senhora da Atalaia, um dos maiores eventos religiosos e culturais a sul do Tejo. Durante quatro dias, o santuário da Atalaia volta a encher-se de devoção, música e tradição popular, atraindo milhares de pessoas vindas de Palmela, Sesimbra, Montijo e de várias localidades vizinhas.
Procissão leva milhares de fiéis às ruas da Atalaia

O ponto alto chega no domingo, 31 de Agosto, pelas 18h30, com a majestosa procissão em honra de Nossa Senhora da Atalaia, acompanhada por centenas de romeiros e fiéis que percorrem as ruas da aldeia num momento de forte expressão de fé.
Mas a festa não se esgota na vertente religiosa. A programação aposta numa oferta cultural e musical diversificada que promete agradar a diferentes gerações.
Na sexta-feira, Belito Campos abre as hostilidades musicais. No sábado, 30 de Agosto, é a vez dos Carapau, Azeite & Alho trazerem a sua irreverência. No domingo, o palco recebe Elena Correia, artista bem conhecida pelo público e que promete um espetáculo cheio de energia. Já a segunda-feira, 1 de Setembro, marca o encerramento com Manuel Campos, que sobe ao palco para um concerto que se espera memorável.

Sábado: marchas, ranchos e percussão
A tarde de sábado ficará marcada pelas Marchas Populares, que sobem ao palco das festas pelas 18 horas. Entre elas, atuam a Marcha dos Reformados e Pensionistas de Montijo, a Marcha da Academia Sénior de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, e ainda a Marcha da Academia Sénior de Pegões, levando cor, música e sátira à celebração.
Logo de seguida, às 19h30, será a vez da tradição folclórica encher o recinto. O palco das festas recebe os Ranchos Folclóricos e Etnográficos, com atuações do Rancho "Os Águias" do Alto Estanqueiro, o Rancho Danças e Cantares do Passil, o Grupo Típico de Danças e Cantares do Afonsoeiro e o Rancho de S. Sebastião de Canha, num encontro que promete celebrar as raízes e a cultura popular da região
Já pela noite dentro, a batida da percussão toma conta do palco. Grupos de várias regiões do país, como os Rufar & Bombar (Beja), Bruta Bombos (Cambelas), Bardoada (Pinhal Novo), Academia do Bombo (Mafra), Bombos do Paço (Canelas de Senhorim), Família Peixoto (Vizela), Bombrando (Brandoa) e os Batucando (Montijo). No final, juntam-se todos para um grande “Rufo Coletivo”, prometendo um espetáculo vibrante que vai pôr toda a gente a dançar.

Os círios e a tradição centenária
A população vive muito a festa, que se realiza na capela, com mais de quinhentos anos e que leva à Atalaia círios da Carregueira e Olhos de Água [Pinhal Novo], tal como os círios da Quinta do Anjo, (Palmela), Azóia (Sesimbra) e Novo (Jardia, Montijo). Todos eles com animação cultural e muitas tradições e "promessas" distintas.
A chegada dos círios é um dos momentos mais aguardados da festa. Na sexta-feira, entra em procissão o Círio da Quinta do Anjo. No sábado, é a vez do Círio da Azoia, e no domingo chegam o Círio Novo, Olhos de Água e Carregueira.
As celebrações incluem ainda a reza do terço, eucaristias no santuário e a simbólica “lavagem do rosto” na Fonte da Senhora, tradição cumprida no domingo e na segunda-feira.
No último dia, depois de almoço, cada círio regressa em romaria às suas origens, encerrando a festa com a mesma devoção com que a iniciou.

Uma romaria com mais de 500 anos
A Festa em Honra de Nossa Senhora da Atalaia tem raízes que remontam a 1507, quando funcionários da Alfândega de Lisboa, em plena peste, prometeram organizar um círio em homenagem à padroeira. Desde então, a romaria cresceu, transformando-se num dos maiores eventos religiosos e culturais do país.
“Estas festividades são um cartão de visita do Montijo e reforçam a identidade cultural da região, unindo tradição e modernidade”, sublinha a organização.
Este verão, a promessa mantém-se: quatro dias de fé, convívio e festa, onde a tradição volta a ter lugar de honra.

Agência de Notícias 
Fotografia: CM Montijo 

Comentários