Almada exige soluções para Penajoia: “Quanto maior fica, mais difícil é resolver”

Governo assegura avanço no plano para travar crescimento do bairro: há 500 famílias em risco 

A Câmara Municipal de Almada recebeu, na última sexta-feira, garantias do Governo de que o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) vai finalmente avançar com um plano de ação para o bairro de Penajoia, onde se estima que vivam cerca de 500 famílias em construções precárias, num terreno pertencente ao Estado.
Governo promete travar novas construções ilegais

A presidente da autarquia, Inês de Medeiros, reuniu-se com a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, e saiu do encontro com a convicção de que há uma estratégia em preparação para responder a um problema que “cresce de forma exponencial” e ameaça tornar-se ainda mais difícil de resolver.
Inês de Medeiros frisou que o bairro, nascido de forma espontânea, aumentou de dimensão a uma velocidade preocupante. “Quanto maior fica, mais difícil se torna a sua resolução e até a manutenção de condições dignas para as pessoas que lá vivem”, sublinhou.
A autarca insistiu que o IHRU precisa de agir “a todos os níveis”: não apenas no combate ao aumento das construções ilegais, mas também no fornecimento de bens essenciais, como água, eletricidade, saneamento e recolha de resíduos.
O plano, agora em cima da mesa, deverá incluir soluções urgentes para estas áreas. “Gerir uma cidade ou um bairro com tanta gente é sempre uma questão complexa e começa pelo proprietário do terreno, que neste caso é o Estado”, recordou.

Água e luz sob pressão
Um dos problemas mais imediatos prende-se com os cortes de água que têm afetado o bairro. O Jornal de Notícias avançou na sexta-feira que Penajoia estava sem abastecimento desde esse mesmo dia.
Segundo a presidente da câmara, o município tem registado “constrangimentos sérios” no fornecimento de água devido às puxadas ilegais que, ao partirem condutas, fragilizam a rede. “É essencial perceber exatamente o impacto destas ligações e encontrar soluções que protejam todos os moradores de Almada, incluindo quem vive nas zonas vizinhas”, alertou.
Também a E-Redes tem reportado ao município problemas semelhantes, provocados pelas ligações clandestinas de eletricidade.

Expectativas viradas para o plano
Após várias insistências da autarquia, Inês de Medeiros espera agora ver detalhado o plano de ação do IHRU para perceber de que forma o instituto pretende encarar a “possível resolução e regularização” desta situação.
“O que está em causa é o futuro de centenas de famílias, mas também a segurança e qualidade de vida de toda a comunidade em redor”, concluiu a autarca.

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