Barreiro [e a península de Setúbal] sem resposta médica: bebé morre e médicos responsabilizam Ministério da Saúde
Uma mulher grávida perdeu o bebé após ser forçada a deslocar-se mais de 60 quilómetros para um hospital com urgência obstétrica disponível. O caso, ocorrido na quinta-feira, está a levantar uma onda de indignação e a ser considerado “um ponto de rutura” por profissionais de saúde e utentes do Barreiro. A grávida esperou horas para entrar no Hospital de Cascais e ser assistida. Feto chegou sem vida. A denúncia é da Fnam. A mulher ligou para o SNS24 às 23 horas, não atenderam. Chamou INEM e chegou a Cascais às quatro da manhã. "Foi garantido o acesso aos cuidados de saúde", diz ministério.Todas as urgências de obstetrícia da península de Setúbal [Barreiro, Almada e Setúbal] estavam encerradas na noite de quinta-feira. A grávida, de 38 anos e residente no Barreiro, entrou em contacto com a linha SNS 24, mas nunca foi atendida. Sem resposta, acabou por ser socorrida pelo 112 e transportada de urgência para o hospital de Cascais - a mais de uma hora de distância.
Durante o trajeto, foi acompanhada por um médico da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM. Ao dar entrada nas urgências, os profissionais de saúde constataram que o bebé já não apresentava sinais de vida. A mulher apresentava hemorragias internas graves.
Outro caso recente abala confiança no SNS
Este não é um caso isolado. No fim de semana anterior, uma grávida de 40 semanas perdeu o bebé após recorrer a cinco hospitais - Setúbal, Barreiro, Garcia de Orta, Cascais e Santa Maria - num período de apenas 13 dias.
A Direção Executiva do SNS assegura que a assistência foi prestada dentro dos “parâmetros definidos”, mas as explicações oficiais não acalmam a crescente revolta das populações.
Durante o trajeto, foi acompanhada por um médico da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM. Ao dar entrada nas urgências, os profissionais de saúde constataram que o bebé já não apresentava sinais de vida. A mulher apresentava hemorragias internas graves.
Ministério da Saúde reage: “acesso foi garantido”
Em comunicado enviado às redações, o Ministério da Saúde lamentou o desfecho e garantiu que “em todos os momentos foi assegurado o acesso aos cuidados de saúde”. Segundo a tutela, a triagem inicial ocorreu às 01h30, com uma chamada para o INEM, que encaminhou a utente para a Linha Grávida do SNS 24. Nova tentativa de contacto às 01h47 levou à mobilização dos meios de emergência.
Ainda assim, a nota oficial rejeita que a assistência tenha sido recusada por falta de resposta hospitalar, e assegura que o atendimento seguiu os “protocolos de referenciação e acesso em vigor”.
Em comunicado enviado às redações, o Ministério da Saúde lamentou o desfecho e garantiu que “em todos os momentos foi assegurado o acesso aos cuidados de saúde”. Segundo a tutela, a triagem inicial ocorreu às 01h30, com uma chamada para o INEM, que encaminhou a utente para a Linha Grávida do SNS 24. Nova tentativa de contacto às 01h47 levou à mobilização dos meios de emergência.
Ainda assim, a nota oficial rejeita que a assistência tenha sido recusada por falta de resposta hospitalar, e assegura que o atendimento seguiu os “protocolos de referenciação e acesso em vigor”.
“Um ponto de rutura”: médicos exigem mudanças
A Federação Nacional dos Médicos não tem dúvidas: este é o momento que marca “um ponto de rutura” no Sistema Nacional de Saúde. Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, foi clara ao responsabilizar diretamente o Governo por esta tragédia.
“Não é um acidente. É a consequência direta de políticas desajustadas. Exigimos uma mudança imediata na política de saúde. Não podemos permitir que isto se repita”, declarou à agência Lusa. A dirigente criticou a gestão das urgências obstétricas, pedindo reforço de equipas e valorização das carreiras médicas para impedir mais perdas irreparáveis.
A Federação Nacional dos Médicos não tem dúvidas: este é o momento que marca “um ponto de rutura” no Sistema Nacional de Saúde. Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, foi clara ao responsabilizar diretamente o Governo por esta tragédia.
“Não é um acidente. É a consequência direta de políticas desajustadas. Exigimos uma mudança imediata na política de saúde. Não podemos permitir que isto se repita”, declarou à agência Lusa. A dirigente criticou a gestão das urgências obstétricas, pedindo reforço de equipas e valorização das carreiras médicas para impedir mais perdas irreparáveis.
Outro caso recente abala confiança no SNS
Este não é um caso isolado. No fim de semana anterior, uma grávida de 40 semanas perdeu o bebé após recorrer a cinco hospitais - Setúbal, Barreiro, Garcia de Orta, Cascais e Santa Maria - num período de apenas 13 dias.
A Direção Executiva do SNS assegura que a assistência foi prestada dentro dos “parâmetros definidos”, mas as explicações oficiais não acalmam a crescente revolta das populações.
Barreiro exige respostas e investimento
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro expressou indignação, considerando inadmissível que grávidas percorram dezenas de quilómetros para encontrarem uma urgência aberta.
Em comunicado, lembram que sempre se opuseram à rotatividade de serviços e exigem que as maternidades estejam abertas permanentemente.
“Até onde iremos para inverter esta situação? Até quando as grávidas terão de correr contra o tempo à procura de cuidados médicos?”, questiona o documento.
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro expressou indignação, considerando inadmissível que grávidas percorram dezenas de quilómetros para encontrarem uma urgência aberta.
Em comunicado, lembram que sempre se opuseram à rotatividade de serviços e exigem que as maternidades estejam abertas permanentemente.
“Até onde iremos para inverter esta situação? Até quando as grávidas terão de correr contra o tempo à procura de cuidados médicos?”, questiona o documento.
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