10 dias sem partos no Barreiro: profissionais em falta, fecham urgência

Grávidas de Alcochete, Barreiro, Moita e montijo serão encaminhadas caso a caso pelo CODU para outros hospitais

O Hospital do Barreiro suspendeu temporariamente o atendimento a grávidas na urgência de obstetrícia. Desde a manhã de quarta-feira, 9 de Julho, e durante 10 dias, o serviço estará encerrado devido à falta de profissionais de saúde. A decisão apanhou de surpresa utentes e autoridades locais, gerando preocupações sobre a segurança e o acompanhamento das grávidas da região. O hospital serve as populações de Alcochete, Montijo, Moita e Barreiro, que agora não sabem para onde se dirigir. Em apenas um mês, duas grávidas perderam os filhos no Barreiro por falta de assistência atempada. 
CODU coordena destino de grávidas durante o encerramento do serviço

A comissão de utentes não foi informada previamente, e a sua porta-voz, Antonieta Fortunato, mostra-se revoltada. “É um descalabro completo. Este hospital já fecha com frequência. Agora, 10 dias seguidos? Estamos a caminhar para o fim da maternidade no Barreiro”, lamenta.
Além do impacto imediato, Antonieta Fortunato alerta para a falta de acompanhamento das grávidas que habitualmente são seguidas na unidade: “Todas terão de ser reencaminhadas para outros hospitais, algumas até fora do distrito de Setúbal. As que recebem alta, ficam sem suporte”. 

Sistema de saúde em rotação
Maria João Tiago, do Sindicato Independente dos Médicos, confirma que esta prática, apesar de indesejável, já é parte de um esquema rotativo para colmatar a escassez de profissionais. "Há um calendário onde se define que de tal data a tal data está encerrado no Barreiro, depois em Almada. Vamos revezando, porque não há equipas suficientes para manter tudo aberto ao mesmo tempo", explica.

Presidente da Câmara exige mudanças estruturais
O autarca Frederico Rosa exige previsibilidade e reformas no Serviço Nacional de Saúde (SNS): “Todos os anos, nesta altura, vivemos este drama. O sistema precisa de ser reformulado para reter profissionais e garantir respostas constantes”. 
Na sexta-feira anterior ao encerramento, Frederico Rosa enviou uma carta à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, solicitando uma reunião urgente. Até ao momento, continua à espera de resposta. "Queremos ser parte da solução, mas é preciso começar já com medidas intermédias enquanto se trabalha em reformas de fundo", afirma.

CODU assume coordenação dos casos urgentes
Durante os 10 dias de encerramento, todos os casos de grávidas transportadas por ambulância serão avaliados individualmente e reencaminhados pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) para outros hospitais. Os bombeiros da região já foram informados da suspensão do serviço de obstetrícia.
A reabertura está prevista para sexta-feira, 19 de Julho.

Agência de Notícias 
Fotografia: DR 

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