Violência doméstica e sem-abrigo: Setúbal investe 5 milhões em casas de esperança

Cidade transforma centro histórico em abrigo para quem mais precisa

A Câmara Municipal de Setúbal vai reabilitar dois conjuntos de edifícios no coração da cidade com uma missão clara: criar alojamentos temporários para vítimas de violência doméstica e pessoas em situação de sem-abrigo. O projeto envolve duas empreitadas já consignadas, que somam um investimento total de cerca de cinco milhões de euros.
Edifícios históricos ganham nova vida ao serviço da inclusão

As obras estão integradas na Estratégia Local de Habitação de Setúbal e contam com financiamento da Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário, coordenada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), como detalha a autarquia em comunicado oficial.
Um dos projetos contempla a recuperação de três edifícios interligados, incluindo um com origem no final do século XIX. A intervenção, orçada em 2,6 milhões de euros e com um prazo de execução de 360 dias, vai permitir a criação de 21 casas com diferentes tipologias. Estas unidades vão integrar um centro de acolhimento para vítimas de violência doméstica, funcionando como alojamentos de transição que devolvam segurança e estabilidade a quem atravessa momentos críticos.

Património reabilitado para acolher vidas
Paralelamente, um antigo palácio da cidade [Palácio do Quebedo, um edifício devoluto no centro de Setúbal], vai ganhar uma nova função social. Com um investimento de 2,3 milhões de euros e um prazo de obra de 365 dias, este edifício será totalmente reabilitado – tanto no interior como no exterior – e transformado num conjunto de apartamentos T0 e T1 destinados a alojar temporariamente pessoas em situação de sem-abrigo.
Esta aposta da autarquia não só devolve vida ao património urbano de Setúbal como também representa uma resposta concreta e urgente a duas das mais delicadas realidades sociais da atualidade.
A operação urbanística, além da reabilitação geral do edifício, tanto a nível exterior como interior, permite devolver ao espaço e ao usufruto público da Porta de São Jorge, reabrindo a passagem original que faz a ligação pedonal entre a Praça do Quebedo e a Rua Antão Girão.

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