Fim da situação de alerta no Ginjal: demolições vão avançar por segurança

Segurança mantém circulação interdita em Cacilhas e requalificação "congelada" no tempo 

A zona do Cais do Ginjal, em Cacilhas, continua vedada ao público, mesmo após o fim da situação de alerta decretada pela Câmara Municipal de Almada, que terminou oficialmente às 23h59 do dia 1 de Maio. Segundo a autarquia, a interdição mantém-se por motivos de segurança, à medida que se preparam demolições em vários edifícios degradados. A empresa proprietária de edificado no cais do Ginjal diz que vai avançar com demolições de “carácter preventivo”, mas não diz quando as intervenções começarão nem onde serão feitas exatamente. A zona vai ser requalificada mas ninguém sabe quando.
Zona continua interdita e à espera de uma nova vida 

A decisão surge após uma avaliação técnica promovida pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, que apontou riscos estruturais em vários imóveis devolutos. O Grupo AFA, proprietário da maioria dessas estruturas, confirma que as demolições são preventivas e só avançarão quando estiverem garantidas todas as condições de segurança para os trabalhadores.
O projeto de reabilitação do Cais do Ginjal, aprovado em 2020 pela Câmara de Almada, prevê um investimento de 300 milhões de euros numa área de cerca de 90 mil metros quadrados. Mas a obra ainda não tem data para avançar. A proposta do Grupo AFA inclui:
  • Cerca de 300 habitações
  • Comércio, serviços e equipamentos sociais
  • Um hotel com 160 quartos
  • 500 lugares de estacionamento
A autarquia garante que o projeto cumpre todos os requisitos legais e regulamentares, sendo uma das maiores requalificações urbanas previstas para o concelho.
Apesar das demolições iminentes, o Grupo AFA frisa que estas não marcam ainda o arranque das obras da nova urbanização. Tratam-se apenas de medidas de segurança.

Apoio social mantido após retirada de moradores
Durante o período de alerta, habitantes de edifícios devolutos foram realojados numa Zona de Concentração e Apoio à População, na Escola Secundária Anselmo de Andrade. Esta solução temporária foi desativada a 15 de Abril, mas os apoios continuam.
A Câmara Municipal de Almada assegura refeições e acompanhamento social para os realojados, no caminho para a sua autonomização, mesmo após o fim da situação de alerta.
A Administração do Porto de Lisboa e os proprietários da zona foram já notificados pela autarquia para avançarem com obras e colaborar na procura de soluções para a recuperação do espaço, que se mantém como uma das maiores frentes ribeirinhas em potencial na margem sul.

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