Bebé de seis meses 'esquecido' no terminal fluvial de Cacilhas

Falha de comunicação entre os pais deixa criança sozinha durante meia hora

Um carrinho de bebé abandonado no terminal fluvial de Cacilhas, em Almada, chamou a atenção de populares na terça-feira. No interior, um bebé de apenas seis meses chorava desconsoladamente, sem qualquer adulto por perto. A situação rapidamente mobilizou a Polícia de Segurança Pública (PSP), que acudiu ao local e garantiu o bem-estar da criança. No entanto, este episódio não foi o único do género nesse dia. Uma menina de dois anos foi encontrada sozinha junto a uma escola, em Odivelas. 
Polícia confortou o bebé enquanto esperava pelos pais 

Apesar do susto, o bebé encontrava-se em boas condições de saúde. Foi confortado pelos agentes até ao regresso dos pais, que apareceram cerca de 30 minutos depois, alarmados e em estado de choque. Segundo relataram à polícia, tudo terá resultado de uma infeliz falha de comunicação entre o casal.
Ao que tudo indica, ambos os pais julgavam que o outro estaria responsável por transportar o carrinho com o filho, que dormia profundamente. Na pressa, separaram-se em direções diferentes sem confirmar se levavam consigo a criança. Só ao perceberem o erro é que regressaram ao terminal, onde encontraram agentes da PSP com o bebé.
As autoridades procederam à identificação dos progenitores e informaram o Ministério Público e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Almada, que acompanhará o caso. A criança foi devolvida aos pais, uma vez que não apresentava quaisquer sinais de maus-tratos ou negligência reiterada.
No entanto, este episódio não foi o único do género nesse mesmo dia. Também na manhã de terça-feira, uma menina com cerca de três anos foi encontrada sozinha junto ao portão da Escola Básica D. Dinis nº1, em Odivelas. A situação foi reportada por funcionários da escola, depois de perceberem que a menor não pertencia à instituição.
A PSP deslocou-se de imediato ao local, onde encontrou a criança em bom estado de saúde. Os agentes transportaram a criança ao colo até à esquadra, situada nas proximidades.
A CPCJ de Odivelas foi prontamente acionada e deslocou-se à esquadra para assumir a custódia da criança. A menor foi entregue à mãe ao final do dia, depois de a progenitora ser localizada e de a CPCJ considerar que era seguro e que estavam reunidas as condições para a entrega.
A criança terá sido deixada na escola por engano por dois familiares que desconheciam o estabelecimento de ensino que a menor realmente frequentava. Para já, não têm estatuto de arguidos, mas o caso foi comunicado ao Ministério Público, que poderá abrir um inquérito por eventual crime de abandono.

Uma distração pode mudar tudo
Estes dois casos levantam um alerta importante para a sociedade: bastam segundos de distração ou má comunicação entre cuidadores para colocar em risco a segurança de uma criança. As autoridades apelam à vigilância permanente e consciente por parte dos pais e responsáveis legais.
O esquecimento de uma criança, por mais breve que seja, pode ter consequências devastadoras. A vigilância contínua é um dever inalienável dos cuidadores. 
Casos como o ocorrido em Cacilhas devem servir como alerta: um pequeno descuido pode ser fatal. Mais do que julgamentos, é fundamental reforçar a sensibilização, a atenção constante e a comunicação clara entre todos os que cuidam de crianças.

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