Trabalhos só vão ser retomados depois de o município garantir acompanhamento arqueológico
As obras de requalificação do Largo da Misericórdia, em Alhos Vedros, continuam suspensas. O motivo? Uma denúncia sobre eventuais vestígios arqueológicos no local, recebida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, obrigou a Câmara da Moita a travar os trabalhos e a aguardar novos desenvolvimentos.![]() |
Obras no Largo da Misericórdia suspensas à espera de parecer técnico |
Apesar de a CCDR-Lisboa e Vale do Tejo ter autorizado a intervenção no ano passado, a autarquia decidiu, por iniciativa própria, suspender a obra e avançar com o Pedido de Acompanhamento de Trabalhos Arqueológicos. “Estamos a ultimar a contratação de uma entidade especializada para tratar do processo e submetê-lo à CCDR”, anunciou o município em comunicado enviado à ADN-Agência de Notícias.
A situação dá uma reviravolta inesperada a um processo que parecia bem encaminhado. Em Abril de 2024, a Câmara tinha recebido luz verde da CCDR-Lisboa e Vale do Tejo para requalificar o largo, localizado nas imediações de imóveis classificados, como o Pelourinho e a Igreja da Misericórdia. O parecer favorável veio assinado por responsáveis das áreas do património e da cultura da própria entidade regional.
Contudo, a 16 de Abril deste ano, e já com a obra em curso, a autarquia foi surpreendida com uma comunicação da Divisão de Património Cultural da CCDR-Lisboa e Vale do Tejo alertando para uma denúncia sobre a possível presença de vestígios arqueológicos na zona.
Mesmo sem obrigação legal de o fazer, a Câmara optou por agir com prudência: “Para que não subsistam dúvidas quanto ao respeito pelo património cultural, decidimos suspender os trabalhos e marcar de imediato uma reunião no local com a CCDR”, explicou a autarquia.
Segundo o município, os técnicos da CCDR visitaram o local e não identificaram evidências arqueológicas relevantes. Além disso, grande parte da intervenção decorre fora da zona de influência direta dos elementos classificados. Ainda assim, foi solicitado formalmente o Pedido de Acompanhamento de Trabalhos Arqueológicos para garantir transparência total no processo.
Requalificação urbana com respeito pelo passado
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Intervenção urbana valoriza património, mas aguarda luz verde final |
Prevê-se a "retirada da circulação automóvel, mantendo apenas o acesso a edifícios e viaturas de emergência", sublinha a câmara da Moita.
A nova configuração permitirá acolher esplanadas, feiras temáticas e zonas de lazer, num ambiente mais tranquilo e seguro.
O projeto valoriza o património, abrindo a paisagem urbana para os edifícios históricos ali localizados, como a Igreja da Misericórdia e o Pelourinho. Árvores existentes serão preservadas e integradas num desenho paisagístico com relvados e espécies ornamentais, reforçando a identidade do espaço.
A intervenção estende-se ainda à Rua Cândido dos Reis, onde os passeios serão alargados e reordenado o trânsito, incluindo novas zonas de estacionamento e uma relocalização mais acessível para a paragem de táxis e transportes públicos que é uma reivindicação antiga da população local.
Enquanto o processo arqueológico decorre, a Câmara assegura que "tudo fará para garantir o equilíbrio entre valorização do património e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos".
O projeto valoriza o património, abrindo a paisagem urbana para os edifícios históricos ali localizados, como a Igreja da Misericórdia e o Pelourinho. Árvores existentes serão preservadas e integradas num desenho paisagístico com relvados e espécies ornamentais, reforçando a identidade do espaço.
A intervenção estende-se ainda à Rua Cândido dos Reis, onde os passeios serão alargados e reordenado o trânsito, incluindo novas zonas de estacionamento e uma relocalização mais acessível para a paragem de táxis e transportes públicos que é uma reivindicação antiga da população local.
Enquanto o processo arqueológico decorre, a Câmara assegura que "tudo fará para garantir o equilíbrio entre valorização do património e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos".
Agência de Notícias
Fotografia: CM Moita
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