Fabril do Barreiro procura acordo para manter atividades no pavilhão e estádio

Investidor quer academia de futebol, mas câmara garante que não haverá habitação nos terrenos vendidos

O presidente da Câmara Municipal do Barreiro assegura que nenhuma das 600 crianças e jovens atletas do Grupo Desportivo Fabril ficará sem acesso ao desporto e reforça que não serão construídos edifícios habitacionais nos terrenos vendidos pelo clube. Durante uma reunião da Assembleia Municipal, Frederico Rosa clarificou a posição da autarquia: “Ninguém vai ficar sem praticar desporto. Não há licenciamento para construção de habitação naquela zona. Quem vendeu foi o Fabril, e a Câmara não teve qualquer intervenção”.
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O Grupo Desportivo Fabril do Barreiro está em negociações com o novo proprietário dos terrenos para garantir a continuidade das atividades desportivas no Pavilhão Vítor Domingos e no Estádio João Pedro. Ambos os equipamentos chegaram a ser encerrados por decisão judicial, na sequência de um processo movido pelo atual dono dos terrenos.
O Pavilhão Vítor Domingos acolhe as modalidades de hóquei em patins, judo e patinagem artística do Fabril, além de servir para aulas de Educação Física do Agrupamento de Escolas Augusto Cabrita. Já o Estádio João Pedro é palco para as camadas jovens do futebol.
Embora o tema não estivesse na ordem de trabalhos da Assembleia Municipal, foi levado a debate pela sua importância para a cidade.
Frederico Rosa manifestou preocupação com a forma como a venda dos terrenos foi conduzida: “Como é que se realizou esta transação sem salvaguardar os interesses de 600 crianças que praticam futebol, desportos de pavilhão e ténis?”. O presidente revelou ainda que o novo investidor tem planos para construir uma academia de futebol no local, frisando que não haverá construção de habitação.
Rui Braga, vice-presidente da Câmara Municipal do Barreiro, esclareceu que o clube detinha apenas o direito de superfície sobre os terrenos e decidiu vendê-lo a um investidor privado, sem consultar a autarquia. Rui Braga reforçou que o Plano Diretor Municipal não permite construção de habitação naquela zona e que a Câmara interveio para garantir a existência de um pavilhão.
“Fomos nós que alertámos o clube para a necessidade de garantir a existência do pavilhão, pois isso não estava previsto na escritura. O terreno e o pavilhão não pertencem à Câmara, mas, dentro das nossas competências, assegurámos que não poderá ser demolido sem que seja construído um novo”, explicou.
O autarca acrescentou que a continuidade das atividades desportivas no pavilhão depende da capacidade de negociação entre a direção do Fabril e o novo proprietário. “O pavilhão e os campos já não pertencem ao Fabril. O que podemos garantir é que naquele local só será possível desenvolver projetos desportivos”, sublinhou.

Negociações em curso para garantir futuro do desporto no local
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Pedro Miguel Lima, presidente do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, revelou que há abertura do novo dono dos terrenos para permitir que as atividades continuem a decorrer normalmente, pelo menos até quarta-feira. “Neste período, vamos tentar chegar a um entendimento para que tudo regresse à normalidade e possamos trabalhar em harmonia”, afirmou.
A situação coloca em risco a prática desportiva de 600 jovens atletas, afetando um clube com história no futebol português, que herdou o legado da CUF e viu passar pelos seus quadros jogadores como Manuel Fernandes, Carlos Manuel e Travassos.
As instalações pertenciam à Companhia União Fabril (CUF), mas o Fabril do Barreiro, anteriormente conhecido como Grupo Desportivo da Quimigal, detinha o direito de superfície por 50 anos para utilização desportiva. Agora, com a venda concretizada, resta ao clube encontrar um entendimento que permita a continuidade da prática desportiva no local.

Agência de Notícias 
Fotografia: DR 


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