Presidente da Câmara do Seixal denuncia situação crítica da Fertagus

População denuncia caos nos comboios e exige soluções urgentes

O presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, continua a lutar por melhores condições de mobilidade para os munícipes, denunciando a grave situação dos transportes na região. Após uma visita às estações de comboio da Fertagus e ao Terminal Fluvial do Seixal, o autarca testemunhou pessoalmente a sobrecarga dos serviços e as dificuldades enfrentadas pelos utentes. Desde então, tem recebido um volume crescente de fotografias e vídeos enviados pelos munícipes, que ilustram o cenário de comboios sobrelotados e condições de viagem indignas.
Passageiros e autarcas aguardam por soluções efetivas

"Os números apresentados pela Fertagus não correspondem à realidade. Dizem que os comboios circulam com 65 por cento da capacidade entre as sete e as nove da manhã, mas o que vejo e recebo dos munícipes conta uma história bem diferente", critica Paulo Silva, reforçando a necessidade de medidas urgentes para melhorar o transporte ferroviário.
O autarca destaca que o governo, através da secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, comprometeu-se a reforçar o material circulante da Fertagus e a resolver os problemas relacionados com o carregamento das baterias dos navios elétricos da Transtejo. "Acreditamos que a melhoria do transporte fluvial poderá aliviar a pressão sobre os comboios e os autocarros, mas é fundamental que estas soluções avancem rapidamente", salienta Paulo Silva.
Nos últimos cinco anos, a procura pelos serviços da Fertagus duplicou, atingindo agora mais de 100 mil passageiros diários. Muitos destes utentes vêm de Setúbal, Pinhal Novo e Penalva, onde até há poucos meses os comboios da Fertagus eram apenas de hora a hora.
O crescimento demográfico nos concelhos periféricos de Lisboa, como Almada, Seixal, Palmela e Setúbal, e a escassez de alternativas eficazes têm agravado ainda mais o problema. Apesar da implementação de novos horários, a redução no número de carruagens tem resultado em viagens cada vez mais desconfortáveis.

Passageiros revoltados: "Uma viagem diária em condições desumanas"

Munícipes enfrentam comboios sobrelotados todos os dias 

A Fertagus admite que a procura aumentou 30 por cento com a introdução dos novos horários, mas a Comissão de Utentes critica a forma como a monitorização foi feita. "Foi medida numa altura em que as escolas e universidades estavam fechadas. Agora que reabriram, a situação está insustentável", alerta Aurora Almeida, representante da comissão.
Apesar das promessas de soluções, os avanços têm sido lentos. O governo está a estudar o aumento da velocidade no troço Coina-Pinhal Novo, mas para os utentes, a medida é insuficiente. "dois minutos de ganho na viagem não resolvem o problema da sobrelotação", critica a Comissão de Utentes.
A solução proposta de envolver a CP na operação da linha também enfrenta dificuldades, com a empresa ferroviária a afirmar que "não tem meios" para reforçar o serviço da Fertagus. Por outro lado, o Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, rejeita um regresso aos horários antigos, garantindo que "ninguém ficará em terra".
Paulo Silva reforça que a luta por melhores transportes no Seixal está longe de terminar. "Os munícipes merecem viajar com dignidade e conforto. Só descansarei quando virmos melhorias reais nos transportes públicos". O apelo do autarca é claro: mais investimento, melhores condições e uma resposta eficaz às necessidades da população. 

Agência de Notícias 
Fotografia: DR 

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