Proposta de aumentos de 6,8 por cento na Autoeuropa não reúne consenso
O referendo para decidir aumentos salariais de 6,8 por cento na Autoeuropa, cuja votação começou na quarta-feira e se estende até dia 3 de Abril, corre o risco de ter resposta negativa. Segundo o “Público”, continua a haver “resistências internas” ao acordo, mesmo após ter sido apresentada uma versão melhorada. Caso o referendo não seja aprovado e a administração recuse ir mais longe, a fábrica de Palmela pode cair num impasse, lê-se.Votação decorre essa semana na Autoeuropa |
Na terça e quarta-feira, há cerca de cinco mil trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa que vão votar no referendo sobre a proposta de acordo laboral, que prevê aumentos de 6,8 por cento em 2024 (com retroativos a Janeiro) e de 2,6 por cento em 2025 e 2026, ou em alternativa, o valor da inflação do ano anterior acrescido de 0,6 por cento, se for mais vantajoso para os trabalhadores.
Segundo o jornal Público, o pré-acordo em referendo melhora condições salariais para 2025 e 2026, mas aprovação não está garantida. Isto porque a primeira proposta de acordo laboral não agradou aos trabalhadores, o que levou à desmarcação do referendo de 12 e 13 de Março.
As partes voltaram à mesa, e apesar da segunda versão melhorada do pré-acordo, continua a haver resistências internas, segundo o Público.
Inicialmente o pré-acordo previa aumentos de 6,8 por cento este ano, dois por cento em 2025 e 2,3 por cento em 2026. O primeiro valor mantém-se, mas os dois últimos foram melhorados em 0,6 e 0,3 pontos percentuais. Manteve-se também a cláusula que impõe um aumento mínimo de 100 euros, tendo em conta que nos salários mais baixos os 6,8 por cento pode resultar num aumento pouco relevante.
Nos anos 2025 e 2026, o aumento mínimo garantido para os salários mais baixos será de 50 euros, “ou igual ao aumento do valor de referência para o salário médio na faixa dos operadores, caso seja mais favorável”, diz a Comissão de Trabalhadores, em comunicado.
Em concreto, o Site Sul frisa que a administração "retirou da negociação o desbloqueio das bandas salariais, medida que iria abranger muitos dos trabalhadores mais antigos, que há já muito tempo merecem o devido reconhecimento da empresa". Além disso, iria também "possibilitar aos mais novos uma progressão salarial mais justa no futuro", refere-se.
O sindicato, citado no site da Fiequimetal (Intersindical dos metalúrgicos, afeta à CGTP), acusa ainda os administradores de "má-fé negocial", alegando que estes continuam "a tentar impor" um acordo a três anos que os trabalhadores, em plenário, já disseram recusar.
"Nesta nova proposta, os valores referentes ao aumento salarial continuam a ser insuficientes para os trabalhadores recuperarem o poder de compra perdido", lê-se ainda no comunicado. O SITE Sul entende que os "muitos milhões de lucros" registados pela Autoeuropa fazem com que esta esteja em condições de ir ao encontro das reivindicações dos trabalhadores.
Comentários
Enviar um comentário