Alcochete festeja tradição do Círio dos Marítimos na Páscoa

Senhoras casadas e solteiras montadas em burros passeiam pelas ruas da vila

O concelho de Alcochete vive na Páscoa a sua festividade mais antiga: o Círio dos Marítimos de Alcochete, cuja origem é desconhecida mas que remonta há vários séculos e que terá surgido em cumprimento de uma promessa à Nossa Senhora da Atalaia. Com uma acentuada vertente de convivialidade, os pontos altos da festividade são o desfile na vila de Alcochete das mulheres, casadas e solteiras, na tarde do Domingo de Páscoa, e o leilão de bandeiras e fogaças, à Segunda-feira à tarde, no adro do santuário da Atalaia. Os rituais do Círio dos Marítimos, uma das grandes atrações turísticas do distrito de Setúbal nesta época pascal, têm início a 28 de Março e decorrem até terça-feira seguinte, com um dos momentos mais emblemáticos a acontecer domingo, às 17 horas, com o Cortejo dos Burros, na vila de Alcochete.
Festa mais antiga de Alcochete acontece na Páscoa 


A tradicional festa do Círio dos Marítimos de Alcochete constitui um dos momentos de raiz popular mais célebre da identidade local do concelho de Alcochete, realizando-se anualmente na Páscoa e, este ano, no período de 28 de Março a 2 de Abril.
A devoção a Nossa Senhora da Atalaia mantém viva em Alcochete uma tradição com mais de cinco séculos. Alicerçada nas raízes marítimas deste povo que durante anos encontrou no Tejo a sua forma de sustento, esta festa tem sido mantida pelos marítimos ou barqueiros, que através de tradição oral, a mantiveram viva até aos nossos dias.
Atualmente, a Festa do Círio dos Marítimos, ou Festa da Páscoa, como também é conhecida, mobiliza muita gente, quer na sua organização, quer no número de devotos, que durante o fim de semana da Páscoa participam ativamente nos rituais muito próprios que ela integra.
As festividades têm início na quinta-feira santa, prolongando-se por mais cinco dias numa sequência de momentos únicos de devoção e convívio, que anualmente reúnem centenas de pessoas, naquela que é a festa mais antiga de Alcochete.
O início das festividades é marcado pela música do “Chininá”, tocadores de gaita-de-foles e caixa que percorrem as ruas da vila, no Sábado de Páscoa, anunciando a todos a realização de mais um Círio dos Marítimos de Alcochete.
Na tarde de Domingo de Páscoa realiza-se o primeiro cortejo do Círio, que além das gentes locais, atrai muitos forasteiros à vila ribeirinha. Este desfile de solteiras e casadas, montadas em burros, percorre as principais ruas da vila na segunda e terça-feira seguintes.
Contudo, o momento alto da Festa, tão esperado pelas gentes locais, acontece na segunda-feira, com a realização da Missa na Igreja de Nossa Senhora da Atalaia, seguindo-se a Procissão no adro da Igreja da Atalaia e o leilão de bandeiras e fogaças, no mesmo local.
Durante o leilão são arrematadas mais de 200 bandeiras, que têm estampadas a figura de Nossa Senhora da Atalaia, no entanto o destaque vai para o Guião, a peça que atinge o valor mais elevado.
Reconhecendo o superior interesse desta secular tradição e na perspetiva de manter viva esta festividade, a Câmara de Alcochete associa-se à festa do Círio dos Marítimos de Alcochete concedendo apoio logístico, bem como a isenção do pagamento de taxas para esta celebração.
Neste contexto, na reunião do executivo, a câmara municipal aprovou a concessão dos seguintes apoios, que totalizam um valor global de 4 600 euros.
Fornecimento de fogo de estalaria no valor de 1599 euros. Isenção do pagamento de taxas de licenciamento da festividade no valor de 1344 euros, isenção do pagamento da taxa de utilização da embarcação Bote Leão no valor de 200 euros e redução de 50 por cento no pagamento da taxa de utilização do Pavilhão Gimnodesportivo de Alcochete com um valor estimado de 1457 euros.

Comentários