Exposição homenageia presos políticos de Pinhal Novo

 

A PIDE e os presos políticos para que a memória não esmoreça

Durante o mês de Janeiro, visite a Exposição “A PIDE em Pinhal Novo - Para que a memória não esmoreça”, patente na Biblioteca Municipal de Pinhal Novo e integrada no programa “Abril para Já!”, comemorativo dos 50 Anos do 25 de Abril. Durante quase 30 anos a policia política encarregou-se de assegurar os valores do estado novo, mesmo que isso implicasse matar, torturar ou censurar. Memórias e testemunhos que devem ser revisitados. 
Exposição patente na Biblioteca do Pinhal Novo este mês 

A mostra homenageia os presos políticos de Pinhal Novo, vítimas da ditadura ao longo de 48 anos. António Marreiros, Manuel Veríssimo da Silva, José Artur dos Santos Cardoso, José Ferreira da Silva, Artur Pereira das Neves, António Augusto Boteta Grilo, Carlos Alberto da Silva, Desidério de Oliveira Macau, Rodrigo Apolónia Bento e Brito da Silva Rosa fazem parte da história da luta contra o fascismo em Portugal. Foram presos políticos no Tarrafal, Peniche, Setúbal, Aljube e Caxias e permanecem como exemplos de coragem, determinação e sacrifício, em nome da liberdade e da democracia.
A entrada é gratuita e a Exposição, organizada pela Câmara de Palmela, pode ser visitada no horário de funcionamento da Biblioteca (terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e sábados, das 14 às 19 horas). Ao longo deste ano, vai estar em itinerância por vários locais do concelho, percorrendo todas as freguesias do concelho. 
Durante quase 30 anos a policia política encarregou-se de assegurar os valores do estado novo, mesmo que isso implicasse matar, torturar ou censurar.
A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) foi criada a 22 de Outubro de 1945, no auge do Estado Novo. A função desta polícia era perseguir, prender e interrogar qualquer individuo que fosse visto como inimigo à ditadura salazarista. Estes opositores ao regime eram levados para prisões em Portugal como as dos Fortes de Caxias e de Peniche, ou a do Tarrafal, na ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde. Nestes locais eram muitas vezes vitimas de tortura, privação de sono, isolamento, más condições alimentares, higiénicas e de saúde, o que levava muitas vezes à sua morte.
A PIDE também dirigia a censura. Um dos seus mais famosos processos ficou conhecido como o “lápis azul”, uma vez que todos os artigos de imprensa e obras de arte – literatura, teatro, cinema, artes plásticas -, eram cortados, editados ou proibidos com um lápis azul antes de serem publicados.
Com a subida ao poder de Marcelo Caetano, em 1968, a imagem deste organismo policial tinha uma reputação amarga perante o povo português, levando o recente ditador a dissolver a PIDE. Mais tarde, a 24 de Novembro de 1969, foi oficialmente criada a DGS (Direção-Geral de Segurança) que manteve as mesmas funções da antiga PIDE.

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