Almada celebra 50 anos e estes retratos celebram “a cidade e as suas gentes”

"Nenhuma cidade se faz sem aqueles que são os mais fundamentais, que são as suas pessoas"

A exposição “50 anos – 50 Retratos”, que celebra os 50 anos de elevação de Almada a cidade, foi inaugurada este sábado, dia 25 de Novembro, no Fórum Romeu Correia, com casa cheia. 50 retratos de almadenses, registados por 25 fotógrafos nacionais (nomes consagrados e emergentes da fotografia, entre os quais fotógrafos do concelho), habitam agora nas praças, ruas e outros locais emblemáticos de Almada, até 25 de Janeiro, tornando a própria cidade uma galeria. Um dos objetivos principais do grupo responsável pela exposição foi conseguir que as fotografias comunicassem entre si e a forma como estão apresentadas fizesse sentido: “Foi complexo, mas ao mesmo tempo muito estimulante”, diz o responsável. “É um contributo, não só da fotografia para Almada, mas também da cidade de Almada para a fotografia”. 
Cidade comemora 50 anos e espalha fotografias comemorativas 

Almada celebra 50 anos e para assinalar este aniversário, as ruas da cidade vão vestir-se a rigor, decoradas com fotografias que celebram os “olhares sobre a cidade e as suas gentes”, exposição com curadoria da Narrativa. 
O mote foi dado pela Câmara Municipal de Almada, e aceite pela Narrativa. Assim nasceu 50 Anos – 50 Retratos, exposição assente na diversidade dos retratos, de autores e de espaços.
Foram selecionados fotógrafos de diferentes áreas de intervenção fotográfica. Da lista não constam apenas fotógrafos consagrados, mas também alguns nomes emergentes. Augusto Brázio, Patrícia de Melo Moreira (a primeira mulher a ganhar o Festival Estação Imagem, de fotojornalismo), Luísa Ferreira ou Rui Gaudêncio são alguns dos fotógrafos que contribuíram.
Mário Cruz, fundador da Narrativa e responsável pela curadoria da exposição, considera que esta exposição é “um verdadeiro contributo para a valorização da fotografia no panorama cultural português”, enquanto forma de expressão e comunicação. A mostra oferece diferentes perspectivas e olhares sobre a cidade e a diversidade das suas gentes.
“Conseguimos criar esta exposição através da diversidade dos próprios rostos, mas também da diversidade autoral”, afirmou Mário Cruz na inauguração, salientando que “o retrato, diz-nos tanto sobre o que vemos, mas também sobre o próprio autor”.
Mário Cruz referiu que “ao longo do processo de montagem, foram muitos os almadenses que, de uma forma curiosa, acompanharam os diferentes passos partilhando o seu entusiasmo de reconhecerem várias pessoas retratadas e por verem a cidade ganhar uma nova forma com esta exposição, partilhando eles próprios diferentes histórias connosco. Cada retratado tem a sua história e cada autor tem o seu trajeto. No momento da fotografia, inconscientemente, as suas histórias cruzaram-se com o objetivo de celebrar o tempo, o passado e o presente e hoje para o futuro o que foi construído é memória, algo que a fotografia consegue contribuir de uma forma muito própria”.
“Essa construção só foi possível devido ao contributo de cada autor, mas também ao trabalho colaborativo entre a Narrativa e a Câmara de Almada”, referiu Mário Cruz, agradecendo “a todos os fotógrafos presentes neste projeto, mas também a todas as pessoas que foram retratadas, porque só dessa forma é que nós conseguimos valorizar esta exposição a este ponto”.

“50 anos - 50 retratos” pela cidade 
Dar visibilidade às pessoas da cidade 
Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada, agradeceu o empenho de todos nesta “extraordinária exposição” e partilhou que hoje se “cumpriu o sonho de encher esta cidade de fotografias”.
“Nenhuma cidade se faz sem aqueles que são os mais fundamentais, que são as suas pessoas. Nós hoje celebramos 50 pessoas de Almada, umas mais conhecidas outras menos, mas que mostram a extraordinária riqueza, diversidade, mas sobretudo a generosidade de Almada. São estas pessoas que hoje constroem Almada e fazem de Almada o que ela é”, afirmou.
“Esta exposição celebra os 50 anos da cidade Almada, mas celebra também os 50 anos da nossa liberdade e celebra sobretudo algo que não podemos perder, que é o sentido da proximidade, o sentido da humanidade, o sentido do respeito pela diversidade, o sentido de comunidade. Esta exposição é isso mesmo, e foi isso que sonhámos: foi criar referências de comunidade, afirmar espaços como espaços de todos e onde todos são bem-vindos”, defendeu a autarca, concluindo que “a fotografia é uma obra de arte de uma ligação imediata e registo histórico fantástico. Acho que todos nós vamos ver, conhecer e reconhecer muita gente. Esta é sem dúvida, uma exposição de afetos, de memórias, de reencontros e de grande esperança para o futuro, que é dessa esperança que precisamos todos nós neste momento”.
À inauguração da exposição seguiu-se uma visita guiada por cinco dos 14 locais onde estão expostas fotografias de diferentes formatos.
Além da exposição, vai ser lançada uma publicação física de mil exemplares com todos os retratos realizados, para que o trabalho “perdure no tempo”.
Veja aqui mais informação sobre a exposição

Agência de Notícias
Fotos: Anabela Luís / CMA 

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