Sines com “condições únicas” para “epicentro” da economia de dados

O megacentro de dados vai criar entre “700 e 1200 postos de trabalho diretos”

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que Sines tem “condições únicas” para ser “o epicentro” da economia de dados, apontando o exemplo do investimento da Start Campus. “Portugal, e Sines em particular, têm condições únicas para ser o epicentro dessa economia de dados”, em termos de “armazenamento, processamento [e] distribuição”, sendo o megacentro de dados da Start Campus “o maior exemplo” dessa centralidade, afirmou. O governante falava à margem de uma visita que efetuou ao local onde está a ser construído o projeto Sines 4.0, um dos maiores campus de data centres da Europa, da Start Campus, que representa um investimento de 3,5 mil milhões de euros. O novo centro vai gerar 1200 postos de trabalho diretos. Este, dizem os responsáveis, é maior "investimento estrangeiro que o país captou desde a Autoeuropa", em Palmela.
Maior investimento estrangeiro em Portugal nos últimos anos

De acordo com o ministro, com este investimento, é possível perceber que Portugal, um país “periférico no quadro europeu” pode ter “uma grande centralidade na ligação de outros continentes com a Europa” no que respeita à economia de dados.
“Estamos a falar de um dos maiores investimentos em curso em Portugal e que dá centralidade a Portugal numa área em forte crescimento no mundo, portanto, é um entusiasmo muito grande”, adiantou. 
Questionado sobre a pressão que os investimentos previstos para este território estão a criar ao nível da habitação, o governante garantiu que, em conjunto com as empresas e o município de Sines, está a ser feito “um trabalho para tentar encontrar as melhores soluções” que permitam fixar mão-de-obra na região.
“Está já a haver um trabalho para tentarmos encontrar as melhores soluções para criarmos boas condições para que as pessoas queiram vir para aqui. Vir trabalhar, ter aqui as suas famílias e podermos ter aqui nova vida com condições”, frisou.
O ministro considerou ainda fundamental o investimento ferroviário e rodoviário, tanto do ponto de vista do transporte de mercadorias, como de passageiros, que tem sido reivindicado pelos autarcas dos cinco municípios do litoral alentejano.
“Terá condições para transporte de passageiros? Claro. Se estivermos a falar de uma região que vai receber milhares de novos cidadãos e de movimento, obviamente, que isso pode criar as condições para tornar viável uma operação de passageiros e esse é um trabalho que tem de ser feito com o operador ferroviário português, a CP”, admitiu o governante.
Em declarações à Lusa, o diretor executivo da Start Campus, Afonso Salema, indicou que “o projeto está dentro dos prazos previstos”, apesar “do ligeiro atraso devido ao problema das cadeias de valor que afetou toda a Europa”, mantendo-se “o compromisso” de entrar em funcionamento “no Verão do próximo ano”.
Em construção está “o primeiro edifício de um campus que vai conter mais edifícios”, avançou o responsável, acrescentando que, uma vez concluído, o projeto Sines 4.0 terá uma capacidade total de “495 megawatts (MW)”.
O megacentro de dados vai criar entre “700 e 1.200 postos de trabalho diretos” podendo “chegar até oito mil postos de trabalho indiretos”, explicou.
Ainda de acordo com Afonso Salema, quando o futuro campus entrar em operação, “Portugal passa automaticamente a ser o segundo país da Europa com a maior capacidade de data centres a nível europeu”, concluiu.

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