Setúbal, Palmela e Sesimbra querem reunião urgente com ministro da Saúde

Autarcas "exigem que o Governo encontre soluções para que os utentes possam ter acesso aos cuidados de saúde"

Os presidentes das câmaras municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal vão pedir uma reunião urgente ao ministro da Saúde devido ao encerramento, por uma semana, da Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, anunciaram os autarcas nesta terça-feira.  Os três autarcas da CDU, André Martins (Setúbal), Francisco Jesus (Sesimbra) e Álvaro Amaro (Palmela), que esperam que a reunião com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, decorra ainda esta semana, “exigem que o Governo encontre, com a máxima urgência, as soluções que se impõem para que os utentes destes estabelecimentos de saúde [da região] possam ter acesso aos cuidados a que têm direito". A tomada de posição pública dos autarcas dos três concelhos da área de influência do Centro Hospitalar de Setúbal, que integra o Hospital de São Bernardo, foi divulgada nas páginas oficiais dos três municípios na rede social Facebook.
Urgência pediátrica só volta a abrir a 12 de Dezembro 

No documento, os autarcas salientam que o encerramento da Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo durante uma semana não foi inesperado e garantem que os três municípios “alertaram em tempo e de forma insistente para as insuficiências já antes manifestadas na resposta de cuidados de saúde no hospital de Setúbal”.
“A atual rotura é só a última manifestação de uma política de não reconhecimento e mesmo de desvalorização do papel central dos profissionais de saúde no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, lê-se no documento, no qual os autarcas consideram que a “desvalorização é evidente nos baixos níveis salariais, nas deficientes condições de trabalho e na estagnação da evolução das carreiras”.
“As negociações com os órgãos representativos dos trabalhadores da saúde há muito que se deveriam ter iniciado e já deveriam estar concluídas e em aplicação”, acrescentam os autarcas dos três municípios do distrito de Setúbal.
No caso concreto do Centro Hospitalar de Setúbal, André Martins, Francisco Jesus e Álvaro Amaro salientam a necessidade de diversas obras de ampliação que estão há muito identificadas e que consideram fundamentais para a melhoria da prestação de cuidados de saúde diferenciados às populações.
“O serviço público de saúde de excelência que os profissionais desejam prestar e a nossa população merece receber, exige uma atenção que o Governo da República não lhe tem dado. O Governo do Partido Socialista vai, entretanto, substituindo os ministros da Saúde que são, naturalmente, forçados a reconhecer a incapacidade de dar resposta aos problemas”, acusam os três autarcas comunistas. 
Na tomada de posição conjunta, os autarcas dos três municípios da Arrábida também manifestam “estranheza por, passados vários anos sobre o anúncio da ampliação do Hospital de São Bernardo − e depois de hesitações e falhas de vária ordem da responsabilidade do Ministério da Saúde − se continuar à espera destas obras que permitiriam melhorar as condições em que trabalham os profissionais de saúde e os utentes são atendidos”.

Falta de médicos é cada vez mais frequente no São Bernardo 
Autarquias querem reunir com o Ministro da Saúde 
“As populações dos concelhos de Sesimbra, Setúbal e Palmela e as restantes populações servidas por este centro hospitalar não podem continuar a ser prejudicadas por repetidos encerramentos destes serviços de urgência”, sustentam os três presidentes de câmara.
A administração do Centro Hospitalar de Setúbal anunciou na segunda-feira o encerramento da Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo entre a manhã dessa terça-feira e as nove horas de segunda-feira, dia 12 de Dezembro, devido à falta de médicos.
Nos últimos meses têm sido frequentes os encerramentos temporários da Urgência Pediátrica e também do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, devido à falta de médicos, situação que se tem vindo a agravar progressivamente e que agora obrigou a administração do Centro Hospitalar de Setúbal a encerrar a Urgência Pediátrica durante uma semana.
As crianças e jovens da região de Setúbal que necessitem de cuidados médicos e que sejam transportadas pelos bombeiros ou pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) são encaminhadas para outras unidades hospitalares da região que, por sua vez, também apresentam sinais de rotura. 

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