“Cão Amarelo” traz cinema alternativo ao Pinhal Novo até domingo

"Mostra existe com o objetivo de partilhar o cinema alternativo português e internacional" 

O Cão Amarelo chega esta sexta-feira ao Pinhal Novo. Traz consigo curtas-metragens portuguesas e internacionais, conferências, exposições, ateliers e concertos em diferentes locais da freguesia. É assim que se escreve o programa da sexta edição da Mostra Internacional de Cinema Alternativo 'Cão Amarelo'. Uma mostra que diz a Associação Juvenil Odisseia, organizador do festival, "mostra existe com o objetivo de partilhar o cinema alternativo não só português mas também internacional com a comunidade. A 5 de Novembro [sábado] será o dia mais forte", quando se assinala o Dia Mundial do Cinema. Serão três dias de mostra, com curtas e médias metragens, englobando também o cinema de animação e o cinema documental. A Associação quer também continuar a divulgar as "escolas de cinema internacionais e os jovens criadores que começam agora a fazer cinema". Este é fim de semana dedicado a um cão. É amarelo e está pronto para farejar o melhor da 7ª arte. Venha conhece-lo ao Pinhal Novo. 
Cão Amarelo está na vila para anunciar o melhor do cinema 

A última edição da mostra decorreu em 2018. Em 2020, o projeto foi interrompido devido à pandemia.  "Passados quatro anos quisemos investir em muito cinema, garantindo que também abrange-se as escolas com as sessões do 'Cãozinho Amarelo', iremos ter exposições pelas escolas de vila envolvendo assim o maior número possível de crianças e jovens. O Cão Amarelo a andar pela vila, decidimos criar algo que andasse de um lado para o outro a divulgar a Mostra e os after parties que nos vão trazer stand-up e muitas surpresas", disse Daniel Fulgêncio, diretor da mostra, a par de Joana Dias. 
E quais as grandes dificuldades organizativas da associação devido a uma ausência tão prolongada?
"Podia começar pelos apoios financeiros do município à juventude, mas como já é tão normal passamos à frente... as maiores dificuldades que encontramos foi voltar ao contactos com as escolas parceiras nacionais e internacionais, descobrir novos jovens realizadores, começar quase do zero com alguns parceiros e apoios", sublinhou Daniel Fulgêncio em entrevista à ADN- Agência de Notícias. 
Foram, neste sentido, contactadas 25 escolas nacionais, cerca de 250 internacionais, 35 cineclubes e 50 realizadores independentes e a mostra conta com um total de 10 parceiros diretos. Quais são os destaques desta edição? 
"Destacar algo é sempre complicado, fizemos uma seleção dura, aceitando só curtas com qualidade. Destacamos o cinema de jovens realizadores portugueses para sábado por ser o Dia Mundial do Cinema e acreditarmos que estes realizadores têm muito potencial. Nesse dia iremos começar com uma curta de jovens realizadores angolanos pela ligação de Portugal a Angola, achámos que era o dia ideal", disse. 
Esta sexta-feira, dia de estreia da mostra, "achamos por bem começarmos com uma produção nossa [a telenovela caramela, a Herança] e mostrar a nossa curta, de seguida apostamos novamente nas curtas dos nossos parceiros do Leiria Film Fest onde iremos ter uma extensão de três curtas muito boas". 
No domingo "apostamos numa sessão para os mais pequenos que chamamos de 'Cãozinho Amarelo' uma extensão vinda da Croácia, cheia de curtas de animação realizada por crianças e jovens Croatas na escola de cinema (SAF - Skola Animiranog Filma), sessão essa que também irá passar esta sexta-feira de manhã para as escolas de 1º ciclo da vila", contam os organizadores à ADN. 
"Para fechar o dia temos uma extensão vinda de Espanha com os nossos parceiros da ECAM que nos acompanham à várias edições, cinema espanhol com uma seleção feita pela equipa". Por fim, dizem os responsáveis da mostra, há uma nova extensão, InShadow que irá "trazer uma sessão de cinema com uma vertente completamente diferente, pois liga duas artes, o cinema e a dança", indicam. 
Como tem sido a recetividade dos autores e realizadores em relação à mostra? "Achamos que os realizadores apesar de não conhecerem a Mostra, por ser local, ficam sempre apreensivos, mas ao mesmo tempo contentes por poderem mostrar o seu trabalho a um público diferente, arriscando assim e confiando no projeto", conta Daniel Fulgêncio. 

Um cão amarelo à solta por diversos espaços do Pinhal Novo
Mostra decorre até domingo em diversos locais da vila
O Cão Amarelo é uma Mostra Internacional de Cinema Alternativo, que este ano terá a sua sexta edição. "Temos como principais objetivos a promoção do cinema contemporâneo, de novos criadores e de novas tendências do cinema experimental e a integração desta arte com outras formas de expressão artística", diz a Associação que lembra, por outro lado, queremos também continuar a divulgar as escolas de cinema internacionais e os jovens criadores que começam agora a fazer cinema". 
O cão amarelo vai andar por muitos locais da vila. "Ao longo destas seis edições o Cão nunca passou só num espaço, percorrendo assim os diferentes espaços culturais da vila e achamos que isso faz toda a diferença, pela diversidade de programação da mostra e por acreditarmos que levamos públicos novos a conhecer os espaços e os espaços a terem públicos novos", realçam os responsáveis da mostra.
Serão três dias de Mostra, com curtas e médias metragens, englobando também o cinema de animação e o cinema documental. "Este ano temos o prazer de apresentar filmes premiados em Festivais de Cinema Europeus com grande prestígio, o que aumenta bastante a qualidade dos filmes que temos para oferecer ao nosso público", diz a organização. 
"Este é o primeiro Cão Amarelo pós pandemia, pelo que esperamos ajudar as pessoas a recuperar um pouco o gosto em voltar às salas de cinema e apoiar esta arte. Acreditamos numa mostra com muita adesão dado a oferta que iremos ter ao longo dos três dias, uma adesão fortíssima das escolas de 1º ciclo nas sessões do 'Cãozinho Amarelo' e a participação da comunidade nos workshops", conta Daniel Fulgêncio. 
Mas o cão... não é uma ideia de filme alternativo ou um nome original para uma mostra de cinema. O Cão Amarelo existe mesmo e anda pela vila. Trata-se de uma peça do escultor do Pinhal Novo, Kim Prisu. "Esta peça surgiu em conversa na Adega após uma reunião com o Carlos Branco, o Carlos partilhava com o Kim Prisu (artista residente da Mostra) e com João Palmela a existência de um Cão em ferro para ficar exposto na Adega inicialmente. Os artistas aceitaram e começaram a criar o Cão e a dar-lhe vida e quando nos apercebemos do Cão achamos por bem que ele andasse pela vila passando assim pelo Agrupamento de Escolas José Maria dos Santos e pela Escola Secundária de Pinhal Novo, ambas parceiras, pelo Mercado Municipal e tendo ficado por último no Auditório Municipal de Pinhal Novo - Rui Guerreiro, onde ficará até ao final da Mostra", sublinha Daniel Fulgêncio. 
"A reação das pessoas tem sido bastante positiva, muitas perguntam quem foi o artista, que está muito bem feito e original, perguntam também o que é o Cão Amarelo e acreditamos que já fez mexer muitos seguidores, arrastando-os para a Mostra. O feedback que nos chegou das escolas também foi positivo,
as crianças adoraram ter o Cão nas escolas por ser algo diferente", conclui o responsável pela Mostra. 
Mas não há só cinema na mostra pinhalnovense. "Para além da equipa da Odisseia, tentámos chamar mais jovens para se juntarem ao projeto, para que este se concretize em colaboração com os jovens locais", explicou Joana Dias durante a apresentação da mostra. 
"Não querendo roubar o foco ao cinema, teremos depois das sessões outras atividades, como stand-up e momentos musicais. A Adega é uma casa ligada à cultura e pensámos que fazia sentido. Depois de ver cinema, vamos rir e estar todos juntos, que no fundo é o objetivo da mostra", revela a jovem diretora. 
Consulte aqui o programa completo da Mostra de Cinema Alternativo Cão Amarelo. 

Agência de Notícias 
Paulo Jorge Oliveira 

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