Barreiro também abandona a Associação de Municípios da Região de Setúbal

Autarquia pagava 150 mil euros por ano em contraposição com os 20 mil que despende para a Área Metropolitana de Lisboa

A Câmara do Barreiro, liderada pelo socialista Frederico Rosa, aprovou esta semana a desvinculação da autarquia da Associação de Municípios da Região de Setúbal. A decisão do executivo do Barreiro, aprovada com sete votos a favor e dois contra, surge dois dias depois de o município da Moita (PS) ter também aprovado em reunião de câmara a sua saída da estrutura da região de Setúbal. A Associação de Municípios da Região de Setúbal, presidida por André Martins (CDU), que dirige a Câmara de Setúbal, integra atualmente 11 concelhos daquele distrito, cinco dos quais liderados pelo Partido Socialista e os restantes pela CDU. Além da Moita e do Barreiro, também Almada, Alcochete e Montijo podem sair da associação a qualquer momento. Sines e Grândola já não integram a associação. 
Barreiro aprovou saída da AMRS

O presidente da Câmara do Barreiro explicou que sempre foi reconhecido por um vasto conjunto de eleitos que o valor que o município pagava para a Associação de Municípios da Região de Setúbal era demasiado elevado face ao retorno.
O Barreiro, adiantou Frederico Rosa, paga mais de 150 mil euros por ano em contraposição com os 20 mil que despende para a Área Metropolitana de Lisboa.
Por essa razão, explicou, foi criado um acordo que permitia, já este ano, uma redução em 25 por cento do valor anual pago por cada município.
Contudo, segundo Frederico Rosa, depois de um período de reflexão de quatro anos pela direção da Associação de Municípios da Região de Setúbal, os municípios foram surpreendidos com o facto de os documentos para o orçamento da associação não incluírem esta proposta, mas sim um pedido de nova reflexão.
“Parece-me que é tempo demasiado para reflexão. Posto isto, e porque também estive envolvido diretamente nestas negociações, não nos resta outra alternativa senão propor aos órgãos (Câmara Municipal e Assembleia Municipal) a retirada do município do Barreiro desta associação”, disse.
Frederico Rosa disse ainda que o município “não pode pagar centenas de milhares de euros por ano, mais de 600 mil euros em cada mandato”, para uma organização e “não haver um retorno aproximado das verbas despendidas”.
O vereador Miguel Amaral (CDU) questionou a proposta, considerando que esta parece ser uma ação concertada dos municípios socialistas, alertando para o risco de a saída colocar em causa a existência da própria associação.
Na segunda-feira, a Câmara da Moita aprovou em reunião, com os votos contra dos quatro vereadores eleitos pela CDU, a abstenção do vereador independente Ivo Pedaço (ex-Chega) e quatro votos a favor do PS (do presidente, Carlos Albino, que tem voto de qualidade, e dos três vereadores), a desvinculação do município da Associação de Municípios da Região de Setúbal.
A intenção de desvinculação tinha já sido anunciada em 21 de Outubro pelo presidente da autarquia da Moita, em declarações à agência Lusa, por também considerar que o município paga anualmente um valor muito elevado à associação, com um retorno reduzido.
Segundo o autarca, a Câmara da Moita paga anualmente 225 mil euros para financiar um modelo que, no seu entender, tem um retorno reduzido para os municípios associados.
Pelo menos Almada e Alcochete, também municípios socialistas, estão a estudar a saída da associação dado o "peso excessivo que os municípios têm de suportar". 
As contas de Fernando Pinto, presidente da Câmara de Alcochete, vêm no alinhamento do que alegou o presidente da Câmara da Moita. "Os municípios não são ressarcidos pela parte de quotização que pagam. No caso de Alcochete, esse dinheiro seria aplicado em prol da população do concelho", disse o autarca. Inês de Medeiros em Almada também tem a intenção de sair. O Montijo, também dirigido pelo PS, ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas poderá seguir o mesmo caminho das restantes autarquias socialistas na região. 

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