Sofia Marçal representa Palmela na Gala da Rainha das Vindimas de Portugal

"O meu objetivo é dar o melhor e orgulhar a minha terra, o meu concelho" 

É já neste sábado, 17, que se realiza a Gala de Eleição da Rainha das Vindimas de Portugal 2022. O concurso vai ter lugar em Pinhel e o município palmelense vai ser representado por Sofia Marçal, Rainha das Vindimas de Palmela 2021. Nesta edição, foi lançado pela primeira vez o prémio “A Mais Popular On-line” e apelamos ao voto na "nossa" candidata. A votação pode ser efetuada até esta sexta-feira à meia-noite no site oficial do evento.  A iniciativa junta 17 jovens participantes e o anúncio da vencedora do prémio “A Mais Popular On-Line” será feito no decorrer da gala. Palmela elege a sua Rainha das Vindimas desde 1963, numa tradição repleta de simbolismo, que continua a cativar a imaginação e os sonhos de muitas jovens do concelho, que desejam representar a Festa das Vindimas e a sua comunidade. É o caso de Sofia Marçal que, aos 21 anos, conquistou a coroa na "sua" Palmela e quer "dar o meu melhor e orgulhar a minha terra em Pinhel", contou em entrevista à ADN-Agência de Notícias. 
De Palmela a Pinhel para trazer a coroa de Portugal 

Para muitos a última quarta-feira do mês de Agosto [ou a primeira de Setembro, consoante o calendário] representa o início da Festa da Vindimas. É assim vai para 60 anos, em nome da vinha, do vinho, da uva e, sobretudo, em nome, de uma Palmela com tradição e dos homens e das mulheres que fazem a vindimas por essas vinhas a perderem de vista.
Em nome deste emaranhado de coisas e sentimentos, a eleição da Rainha das Vindimas é, desde os primeiros tempos das festas imaginadas por Álvaro Cardoso e Jacinto Pereira, o momento mais alto da “cultura palmelense”.
 Maria Angelina Rodrigues abriu a galeria mágica das rainhas em 1963. Depois dela a galeria foi crescendo e as meninas de Palmela e tudo há volta trazem nos sonhos e nos olhos a “secreta esperança” de serem, por um ano, a Rainha das Vindimas.
O reinado da Rainha Sofia começou a 2 de Setembro de 2021 quando se sentou, a chorar de tanta felicidade, na cadeira “dos sonhos” e ouviu a marcha das Vindimas desse ano. Isa Arcadinho e Daniela Caleira foram as damas de companhia da rainha e Ana Rita Ribeiro a menina mais simpática da festa. 
O seu reinado já "acabou" [com a eleição da rainha Marta Grega] em Palmela mas a partir de sábado pode-se abrir a porta a um reinado para um país inteiro.  
Aos 21 anos está a terminar a licenciatura em economia na universidade de Évora e ao fim de semana colabora no salão de chá coffee village. "Sonho um dia ter a minha própria empresa" e quer trabalhar  "para melhorar a nossa sociedade".  Deseja um mundo mais "sustentável para o nosso ambiente" e também espera "um dia viajar pelo mundo". Sofia é isso e muito mais. Define-se como uma menina "simpática, sociável, alegre e trabalhadora". 
Qual a primeira coisa que faria se fosse rainha de Portugal? "Ligar à minha prima Ana Margarida Oliveira, rainha em 2010". Uma das mais marcantes rainhas das vindimas nos últimos tempos. 
Conheça melhor a rainha Sofia, numa entrevista onde revela os sonhos, as ambições, as aprendizagens e de como tudo começou. 

ADN - Para chegares à final da rainha das Vindimas de Portugal tiveste de vencer a rainha das vindimas de Palmela do ano passado. Como foi a experiência?

Sofia Marçal - A experiência foi incrível fiz amizades novas, conheci novos espaços, concretizei o meu nome de infância e tive contacto mais próximo com tudo o que envolve a festa das Vindimas (ensaios para gala, divulgação, patrocínios, contacto com as pessoas, fotos, entrevistas para a televisão, discursos, para além de que a festa tem mais atividades do que concertos e quiosques de vinho, tem entrega de prémios de vários desportos, tem tradições, presenças oficiais, ...). 

ADN - O que mais sentiste na altura enquanto esperavas a celebre frase "a rainha das vindimas é..."


Sofia Marçal - Senti ansiedade, nervosismo, felicidade também por ter chegado às seis finalistas e já estarem no pódio amigas minhas, e também medo de que nome ia ser chamado.

ADN - Quanto tomaste a decisão de concorreres a rainha das vindimas de Palmela?


Sofia Marçal - Foi uma história bastante curiosa. As inscrições abriram, mas estava com pavor de me expor a críticas negativas (vão chamar-me gorda, feia, baixa, não suficiente boa para aquilo). Ainda assim ganhei coragem por amor a Palmela, à festa e orgulhar o meu eu que sempre sonhou viver esta experiência. Inscrevi me depois de ter vindo de uma tarde de copos na faculdade. 

ADN - Este continua a ser o maior sonho das meninas de Palmela e do concelho?


Sofia Marçal -Penso que sim, a certo ponto todas as crianças acabam por ter um contacto, ou foto, que ganham uma certa curiosidade. A razão pela qual quando crescem e se tornam jovens acabam por não participar, penso que tem medo dos comentários, de serem julgadas e da possível rejeição de ganharam ou não.
Sofia cumpriu sonho de nove anos 

ADN - Agora que és candidata a Rainha das Vindimas de Portugal, sentes que tens uma maior responsabilidade?

Sofia Marçal - Sinto-me mais preocupada, porque em Palmela, estou em casa. São as minhas gentes e foi pela experiência. Agora vou concurso a nível nacional, todas elas já ganharam em casa e também sabem representar o seu concelho e é um concurso bastante exigente.

ADN - Em todo este processo, ou seja, desde a tua candidatura, à seleção em Palmela até à eleição na final nacional, o que aprendeste ao longo deste tempo todo?

Sofia Marçal - Aprendi imenso sobre Palmela, sobre as castas predominante, vinhos, produtos reginais. O tempo passou a correr, orgulho que tenho de estar a representar o meu concelho é mais do que tudo e trabalhei imenso, esforcei-me, agora é aproveitar este próximo concurso para que o resultado final seja positivo.

ADN - Achas que os jovens se deviam interessar mais pela cultura que os envolve, ou seja, não só na questão dos vinhos, mas também pela história da sua terra?

Sofia Marçal -Tenho a certeza que sim. Palmela é minha terra, faz parte das minhas raízes e identidade. Se não a defender, promover, trabalhar para associações, coletividades ou confrarias as coisas acabam e perdem a sua essência. Objetivo da Rainha das Vindimas de Portugal é isso prover a nossa cultura e tradições, estabelecer um contacto com as novas gerações, tentando colocar o interesse principal nas coisas que nos fazem ser quem somos.

ADN - O que ficaste a conhecer de Palmela o que ainda não sabias?

Sofia Marçal - Ainda não acredito mas o nosso concelho tem cerca de 76 produtores de vinho, o nome Palmela nos mercados mundiais chega em exportação a mais de 35 por cento da nossa produção a países como a China, Estados Unidos da América, Brasil, mais de 62 por cento da área vitivinícola de Setúbal é jardins de vinhas em Palmela entre outros dados.

ADN - Este mês passaste a coroa à nova rainha das Vindimas. Como te sentiste?

Final nacional realiza-se este Sábado 
Sofia Marçal - Senti um pouco de tristeza por reinado ter acabado mas acho que a Marta Grego [rainha eleita este ano] tem força de vontade e tanto amor a Palmela quanto eu. Por isso desejo-lhe um bom ano de atividades.

ADN - Como descreverias Palmela a alguém que queira vir visitar a terra?

Sofia Marçal - Palmela terra lindíssima, paisagens naturais, gentes acolhedoras e tradições características.

ADN - E quais as tuas expectativas para dia 17, dia da eleição da Rainha das Vindimas de Portugal?

Sofia Marçal - Não tenho grandes expectativas, o meu objetivo é dar o meu melhor e orgulhar a minha terra.

17 candidatas para um trono nacional 
Para esta edição está confirmada a presença e participação de candidatas em representação dos municípios de Arcos de Valdevez, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Cadaval, Cartaxo, Lagoa, Lamego, Palmela, Peso da Régua, Pinhel, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Rio Maior, Santarém, Tábua, Torres Vedras e Viana do Castelo.
O concurso, a realizar na Praça Sacadura Cabral, às 21h30, é promovido pelo município de Pinhel, no distrito da Guarda, em parceria com a Associação de Municípios Portugueses do Vinho e a Associação das Rotas de Vinho de Portugal. 
O concurso tem como objetivo “a preservação das tradições e da cultura rural mais genuína do povo português e a sua promoção e divulgação junto das gerações mais novas”.

Paulo Jorge Oliveira 
ADN-Agência de Notícias  


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