Seixal exorta Governo a avançar com construção do hospital no concelho

No Orçamento do Estado deste ano, o Governo estima iniciar a construção até 2023

O município do Seixal exortou o Governo a avançar para a construção do hospital no concelho, considerando que se este equipamento existisse não teria ocorrido o caso da grávida que foi levada para o Hospital das Caldas da Rainha. Em comunicado, a Câmara do Seixal, refere que tem havido “sucessivas falhas na prestação de cuidados de saúde a munícipes do concelho”, pelo que exige mais investimento no Serviço Nacional de Saúde.  A posição da autarquia surge na sequência do caso de uma munícipe, uma grávida com mais de 40 semanas de gestação, que, ao sentir fortes dores abdominais e chamar o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), foi transportada para o Hospital Distrital de Santarém e, posteriormente, para as Caldas da Rainha (distrito de Leiria).
Hospital "prometido" ainda não saiu do papel 

A situação já levou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo a abrir um processo de inquérito para apurar as circunstâncias do atendimento.
Segundo o executivo municipal, liderado por Joaquim Santos (eleito pela CDU), este episódio não ocorreria caso o hospital do Seixal fosse uma realidade, “decorridas que estão mais de duas décadas sobre a assunção da necessidade da sua construção”.
“Da parte da autarquia, garantimos continuar a reivindicar, mas mantendo o acompanhamento próximo, prestando toda a colaboração à sua mais rápida conclusão e dando continuidade ao caminho que tem vindo a ser percorrido na luta pela melhoria das condições de acesso a cuidados de saúde da população do concelho do Seixal”, acrescenta.
A autarquia considera que o caso da munícipe é “perigosamente paradigmático da ausência de medidas para manter o Serviço Nacional de Saúde” e que a existência de um SNS universal, geral e gratuito, centrado no doente, não é compatível com os sucessivos adiamentos da construção do hospital.

Gravida da Amora foi assistida nas Caldas da Rainha 
Gravida da Amora teve filha a 150km de casa 
A Câmara do Seixal adianta ainda que já solicitou uma reunião à ministra da Saúde, Marta Temido.
De acordo com o jornal Correio da Manhã, o caso ocorreu a 22 de Agosto com uma munícipe de 26 anos residente na Amora.
Apesar de o socorro ser rápido, todos os hospitais dos distritos de Setúbal e Lisboa estavam indisponíveis para atender a mulher devido à falta de médicos, acabando por ser transportada de madrugada ao Hospital de Santarém, a mais de 100 quilómetros de casa.
Já no Hospital de Santarém, e porque esta unidade iria deixar de ter anestesista a partir das oito horas conforme contou o marido da grávida ao Correio da Manhã, a mulher foi depois transferida para o Hospital das Caldas da Rainha, onde a criança nasceu na terça-feira, encontrando-se bem de saúde.
A construção de um hospital no Seixal já chegou a ser objeto de um protocolo entre o Estado e o município, em 2009, prevendo-se então a inauguração da unidade para 2012. No Orçamento do Estado deste ano, o Governo estima iniciar a construção até 2023.

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