Obra na zona do Moinho de Maré Grande vai ser retomada no Barreiro

Obra vai ser retomada depois de ter sido suspensa por um parecer da Direção-Geral do Património Cultural

Parte da obra do Moinho de Maré Grande de Alburrica, no Barreiro, vai ser retomada depois de em Abril ter sido suspensa por um parecer da Direção-Geral do Património Cultural para avaliação arqueológica dos trabalhos. Em Maio, o vice-presidente da Câmara do Barreiro, Rui Braga, explicou que a obra estava parada, mas que já estava no local uma equipa de arqueólogos. Esta quarta-feira, em reunião de câmara, o executivo do Barreiro de maioria socialista levou a votação a retificação do despacho sobre a empreitada de recuperação do Moinho Grande e o levantamento da suspensão parcial da obra, assim como a aprovação dos custos resultantes da suspensão dos trabalhos em Abril, tendo ambos sido votados favoravelmente.
Obras vão recomeçar em breve refere a autarquia 

Rui Braga explicou que “foi libertada uma frente obra” com tempo de conclusão a três meses, mantendo-se suspensa uma outra onde ainda decorre trabalho de estudo arqueológico.
O empreiteiro está a mobilizar todos os meios para avançar com a empreitada e avançar tão rápido quanto for possível”, disse o vereador.
O Moinho de Maré Grande é parte integrante do Sítio de Alburrica e Mexilhoeiro e seu Património Moageiro, Ambiental e Paisagístico classificado como Sítio de Interesse Municipal, tendo terminado a sua atividades exclusivamente moageira em 1892.
A obra de recuperação do Moinho Grande foi suspensa em Abril por um parecer técnico da Direção-Geral do Património Cultural, depois de a Associação Património Memória Futuro ter enviado documentação para a direção-geral e ter acusado a autarquia de estar a proceder a “um atentado ao património cultural em Alburrica”.
No parecer, a Direção-Geral do Património Cultural referia que havia a necessidade de um Pedido de Autorização para Trabalhos Arqueológicos, que não foi feito inicialmente pela autarquia e, embora tenha considerado meritória a intenção de reabilitação do bem classificado, considerava que, “lamentavelmente, com as intervenções realizadas e projetadas, a sua execução nos moldes propostos [com demolição do moinho e afetação da caldeira] resultou na destruição irreversível de património cultural, recurso finito, frágil e não renovável, e perda de informação científica”.
Após este parecer, o executivo camarário do Barreiro, reuniu com a Direção-Geral do Património Cultural e avançou com o pedido de autorização, que foi, entretanto, aprovado, ficando agora o levantamento da suspensão da obra dependente da apreciação da Direção-Geral do Património Cultural a um relatório preliminar da ação arqueológica.

"Paragem forçada" terá um custo de 41 mil euros 
Zona está abandonada há largos anos
Parte desse parecer, garantiu esta quarta-feira o vereador, já foi entregue permitindo o levantamento de uma frente da obra.
Rui Braga lamentou, contudo, que o processo tenha resultado no aumento do custo da obra em 41 mil euros, que poderia ter sido evitado, já que está em causa uma busca de importância arqueológica que, na sua opinião, não existe.
Vamos onerar ainda mais a obra para chegar à conclusão de que aquilo que eventualmente a associação que entrepôs uma ação anuncia já teriam sido devastados aquando da construção dos passadiços”, afirmou, referindo-se a uma obra realizada pelo anterior executivo comunista.
O vereador da CDU Miguel Amaral criticou estas declarações, questionando se a autarquia queria avançar com a obra de uma forma ilegal, uma vez que não efetuou na altura o pedido de autorização para trabalhos arqueológicos como a lei determina.
A obra vai sofrer demoras prolongadas para fazer algo que já devia ter sido feito desde o início”, disse.
A requalificação do Moinho Grande e o que está projetado para a caldeira do moinho, numa outra obra escolhida e financiada pela Agência Portuguesa do Ambiente, têm sido temas recorrentemente debatidos nas reuniões da Câmara do Barreiro, liderada pelo socialista Frederico Rosa.

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