Novas rotas e número de autocarros são alvo de críticas em Almada

A funcionar desde o início de Julho a Carris Metropolitana é alvo de críticas das populações 

Vários munícipes do concelho de Almada,  criticaram o serviço prestado no concelho pela Carris Metropolitana, durante a reunião extraordinária da Assembleia Municipal, alertando que há menos carreiras e menos autocarros a circular. A supressão de carreiras antigas como a que faz a ligação entre Almada e o Areeiro, em Lisboa, assim como de outras para locais de trabalho dentro do próprio concelho, como é o caso do Almada Fórum, foram alguns dos problemas relatados pelos munícipes na reunião da Assembleia Municipal que decorreu na noite de terça-feira. A operação da Carris Metropolitana iniciou o serviço na chamada área 3, composta por Almada, Seixal e Sesimbra a 1 de Julho, um mês depois de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, onde também há muitos problemas. Para o CDS-Partido Popular Almada, a presidente da câmara "partiu tarde com as preocupações" que diz agora "manifestar relativamente aos problemas que a implementação da Carris Metropolitana veio causar no concelho de Almada a quem usa diariamente o transporte público rodoviário". 
Novos autocarros e novas carreiras longe de ser consensuais 

Residentes na Costa da Caparica, Laranjeiro, Lazarim, Aroeira, Sobreda e Charneca de Caparica relatam a supressão de carreiras e questionam os horários dos novos autocarros, indicando que não são compatíveis com as necessidades dos utentes que precisam de transporte para trabalhar ou estudar e reclamam que sejam retomados os horários antigos até à estabilização do serviço.
“Fomos redondamente enganados. Com a Carris Metropolitana no século XXI era suposto progresso não era suposto regredir ao século XIX”, disse uma das munícipes, alertando para o facto de Porto Brandão, por exemplo, estar agora mais isolada que nunca por dispor atualmente de apenas três horários no período da manhã (7h10, 10h10 e 12h30).
Na opinião da munícipe Joana Batista, “só quem não conhece a população e as suas necessidades é que podia ter feito um percurso e um horário deste género”.
Em resposta às queixas dos munícipes, a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, disse partilhar o mesmo sentimento de frustração em relação ao início da operação e assegurou que muitos dos problemas que têm sido relatados pelos utentes foram transmitidos à Transportes Metropolitanos de Lisboa  com vista à sua resolução.
Inês de Medeiros adiantou que alguns dos problemas apontados deverão estar resolvidos até sexta-feira, uma garantia igualmente dada pelo presidente da Transportes Metropolitanos de Lisboa, que assistiu à reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Almada.
Faustino Gomes disse que ouviu todas as queixas apresentadas, tomando nota de cada uma delas e que até sexta-feira serão feitas algumas correções.
O responsável adiantou que há questões estruturantes que não podem ser resolvidas de um dia para outro, como por exemplo a falta de motoristas para uma alteração total da rede, pelo que este era um processo gradual e apelou aos utentes que reportem os problemas detetados para que possam ser corrigidos.

CDS-PP Almada exige respeito pelos almadenses e resolução do problema 
Novos autocarros chegaram com problemas velhos 
Para o CDS-Partido Popular Almada, a presidente da câmara "partiu tarde" com as preocupações que diz agora manifestar "relativamente aos problemas que a implementação da Carris Metropolitana veio causar no concelho de Almada a quem usa diariamente o transporte público rodoviário", diz nota do partido enviada à ADN-Agência de Notícias. 
A posição do CDS-Partido Popular baseia-se na última Assembleia Municipal de Almada realizada na localidade do Laranjeiro, onde dezenas de pessoas utilizadores da nova Carris Metropolitana no concelho, apresentaram vivamente o seu descontentamento e até desespero, pela forma como o projeto rodoviário deu início no concelho.
"O que mais se ouviu por parte dos munícipes foram queixas por horários desadequados, carreiras que desapareceram, percursos desapropriados, falhas nos horários, idosos impedidos de aceder convenientemente ao transporte público, entre muitas outras reclamações por parte dos almadenses", diz a nota dos centristas. 
O CDS-Partido Popular em Almada, nomeadamente o seu deputado municipal António Pedro Maco, que interveio em defesa das populações, não aceita que a câmara municipal, grande responsável por todo este problema, venha agora afirmar que tudo fez para que não houvesse nenhum problema, nomeadamente a elaboração de horários e de percursos quando, no entendimento do CDS-Partido Popular, a câmara não fez o seu devido trabalho.
Para o autarca do partido "não houve competência neste dossier apontando as responsabilidades diretas dos problemas à câmara de Almada, aos TML e à AML, afirmando ainda que devem ser imediatamente suspensos os novos horários da Carris Metropolitana e reativar até tempo indeterminado, os antigos horários dos TST". 
A Concelhia de Almada do CDS-Partido Popular relembra que "os almadenses não podem ser cobaias nem meros peões para jogos de experimentalismo social sendo que há muito alertou para os problemas que aí vinham". 
"As pessoas que usam os transportes públicos têm responsabilidades e direitos, e não podem ver impedido o acesso à mobilidade pois está em causa os seus empregos", explica ainda o partido. 
Esta sexta-feira, dia 8, realiza-se nova sessão de assembleia municipal, contando o CDS-Partido Popular com a participação de mais munícipes em defesa dos seus direitos.
A Carris Metropolitana é a marca comum sob a qual vão funcionar operações de transporte público rodoviário na Área Metropolitana de Lisboa. A área 1 inclui Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra; a área 2 Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira; a área 3 Almada, Seixal e Sesimbra; e a área 4 Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.
Os novos autocarros amarelos da Carris Metropolitana começaram a operar a 1 de Junho na área 4, num primeiro passo para uniformizar os transportes rodoviários de passageiros nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, mas durante as primeiras semanas de operação foram reportadas várias queixas de passageiros, nomeadamente insuficiência de autocarros, atrasos e falta de sinalização nas paragens.
O início da operação da Carris Metropolitana nos concelhos da margem norte do Tejo, no distrito de Lisboa (áreas 1 e 2), foi adiado para 1 de Janeiro de 2023, por não estarem “garantidas as condições consideradas essenciais”.

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