Costa coloca Sines na linha para a autonomia energética da Europa

O primeiro-ministro considera viável a ideia de abastecimento energético aos países da Europa de leste 

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou em Varsóvia, capital da Polónia, que Portugal esta em condições de contribuir para a autonomia energética da Europa, libertando-a da atual dependência do gás russo, através de fornecimento de gás e hidrogénio. Esta posição sobre a estratégia energética da União Europeia foi transmitida por António Costa em Varsóvia, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homologo polaco. O primeiro-ministro considera viável a ideia de abastecimento energético aos países da Europa de leste ser feita a partir do porto de Sines. 
Sines pode ajudar países do leste a depender menos da Rússia

Logo no início da conferência de imprensa, Mateusz Morawiecki rejeitou a ideia de Estados-membros da União Europeia continuarem a comprar gás e petróleo à Rússia e, a seguir, António Costa elogiou esse esforço que o Governo de Varsóvia está a fazer para assegurar a sua autonomia energética.
“Portugal é desde há muito tempo defensor da urgência de assegurar a transição energética baseada em renováveis. Temos condições para contribuir de uma forma duradoura para a autonomia energética da Europa”, sustentou, antes de falar nas potencialidades do porto de Sines ao nível do abastecimento de gás e hidrogénio.
O primeiro-ministro salientou que a questão da energia foi uma das principais em análise nas conversações que manteve esta manhã com o seu homólogo polaco.
Como solução, em concreto, os dois primeiros-ministros consideraram viável a ideia de esse abastecimento energético aos países da Europa de leste ser feita a partir do porto de Sines, com o líder do executivo polaco a salientar a capacidade logística dos terminais portuários do seu país em termos de receção e descarga.
Neste ponto, classificou como prioritário o investimento nas interconexões entre a Península Ibérica e o resto da Europa, não só para abastecimento do gás natural proveniente dos Estados Unidos e da Nigéria, mas também, no futuro, para a capacidade nacional de produção de hidrogénio verde, “a baixo custo, beneficiando da facilidade em produção de energia solar”.
“Precisamos de respostas imediatas: Estamos a discutir com o Governo polaco, assim como com outros governos europeus, a possibilidade de utilizar o porto de Sines como uma plataforma de transferência a partir de grandes navios metaneiros para outros de média e pequena dimensões. Esses navios mais pequenos terão melhores condições para operar nas zonas mais congestionadas do mar do Norte e do Báltico”, especificou o primeiro-ministro português na visita ao leste europeu. 
António Costa manifestou depois “total apoio” ao esforço do Governo polaco para assegurar a sua autonomia energética e para a transição energética “para um mundo mais sustentável”.

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