Vigília luta por valorização do hospital à porta do São Bernardo em Setúbal

Autarquias juntas por melhores condições de trabalho para prestarem cuidados de saúde

A luta pela valorização do Centro Hospitalar de Setúbal juntou dezenas de pessoas numa vigília realizada à porta do Hospital de São Bernardo, convocada pelo Fórum Intermunicipal da Saúde. A exigência da reclassificação e do alargamento do Hospital de São Bernardo, bem como do reforço da contratação de profissionais de saúde são objetivos desta ação, que contou com intervenções dos presidentes das câmaras municipais de Setúbal, Sesimbra e Palmela. “É importante recordar as razões pelas quais estamos aqui. As condições de trabalho no Hospital de São Bernardo têm vindo a degradar-se e as populações sentem as dificuldades, sobretudo no que diz respeito às instalações e à falta de médicos”, acentuou o presidente da autarquia sadina, André Martins.
Vigília decorreu na noite de quarta-feira em Setúbal 

O autarca sublinhou que a pandemia agravou a situação e apelou ao respeito pelos profissionais de saúde, que “têm dado tudo para continuar a servir os utentes, mesmo trabalhando muitas vezes em condições inumanas” no Centro Hospitalar de Setúbal.
Tendo em conta a perda da capacidade assistencial nas unidades que integram o Hospital de São Bernardo e o Hospital Ortopédico do Outão, o presidente da Câmara de Setúbal teve a iniciativa de criar o Fórum Intermunicipal da Saúde, a que se associaram os concelhos de Sesimbra e Palmela, e que, reunido pela primeira vez a 16 de Dezembro, convocou a vigília de dia 18 de Janeiro.
Outra ação promovida pelo Fórum foi o pedido de uma audiência ao primeiro-ministro, que “passou a responsabilidade para a ministra da Saúde”, mas até ao momento a governante “não se dignou a responder à missiva, apesar de já ter visitado, entretanto, o Hospital de São Bernardo”, indicou o presidente do município de Setúbal.
André Martins lamenta a atitude da ministra e garante que o Fórum Intermunicipal da Saúde “vai continuar a lutar para que os profissionais tenham melhores condições de trabalho para prestarem cuidados de saúde de qualidade às populações”.

Sesimbra e Palmela exigem mais respostas na saúde
Utentes e autarcas querem melhores condições no hospital
O presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco de Jesus, destacou o trabalho desenvolvido pelo município de Setúbal, que “tomou as rédeas dos contactos com a tutela e teve a iniciativa de criar o Fórum Intermunicipal da Saúde”.
O autarca realçou que ainda “há muito caminho por fazer na luta por um verdadeiro Serviço Nacional de Saúde”, mas acrescentou que neste momento “há questões que necessitam de uma resposta a curto prazo”, como é o caso do alargamento das instalações do Hospital de São Bernardo, apontadas como insuficientes para servir os cerca de 300 mil habitantes da área de referência.
A ampliação da unidade hospitalar deve ser acompanhada de mais recursos humanos para “dar resposta efetiva aos problemas dos utentes” e “não pode ser apenas um alargamento para realocar os serviços do Hospital do Outão, pois o ‘São Bernardo’ precisa de uma intervenção profunda”.
O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, destacou igualmente a necessidade de reclassificação do hospital, uma vez que “é uma unidade de referência, com excelentes profissionais, que merece outro patamar”.
O autarca sublinhou também a necessidade de respostas para minimizar as lacunas nas unidades de cuidados de saúde primários do chamado Território Arrábida, constituído pelos concelhos de Setúbal, Sesimbra e Palmela, uma vez que “a falta de recursos nessas unidades aumenta a pressão no Hospital de São Bernardo”.
A vigília realizada à porta do Hospital de São Bernardo contou também com a intervenção de Zoraima Prado, da direção nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que sublinhou que “a luta dos trabalhadores é por melhores condições de trabalho, as quais terão impacte positivo na prestação de cuidados de saúde”
A iniciativa contou ainda com a participação de presidentes das juntas de freguesia do concelho, bombeiros de Palmela e Setúbal, médicos do Hospital de São Bernardo e utentes que apelaram à valorização do Centro Hospitalar de Setúbal.

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